Pesquisa aponta para estabilidade entre os candidatos; em Minas, Zema pode ganhar no primeiro turno

Por Paulo Cesar Magella

17/09/2022 às 12h00 - Atualizada 16/09/2022 às 11h43

Faltando apenas duas semanas para as eleições, os recentes números do Datafolha apontam para uma estabilidade na corrida eleitoral: Lula 45%; Bolsonaro, 33%; Ciro Gomes, 8%, e Simone Tebet, 5%. Na avaliação do cientista político Rubem Barboza, essa estabilidade, que já vem de algum tempo, acolhe alguns movimentos que são importantes para a campanha. “O Bolsonaro diminuiu a distância de Lula aqui em Minas, mas, por outro lado, o Lula reduziu a distância no Centro-Oeste e entre os evangélicos”.  Segundo Barboza, alguns movimentos são capturados de forma muito tênue, o que aumenta a margem de erro. Quando há o viés religioso, ela sobe para quatro pontos percentuais.

Ações para mudar o atual cenário devem ser adotadas na reta final

Essa estabilidade, de acordo com o professor Rubem Barboza, não indica uma reta final morna. Cada candidato vai trabalhar para mudar esses movimentos identificados na pesquisa: Lula vai tentar ganhar no primeiro turno e Bolsonaro vai tentar impedir, levando a disputa para uma segunda rodada. “Haverá movimentação nessas duas últimas semanas de campanha, quando as estratégias vão acentuar padrões que favorecem um e  outro. Será uma campanha a jato, que pode ter algum efeito.

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Zema tem chances de ganhar no primeiro turno

Em Minas Gerais a situação também é de estabilidade. “Zema continua jogando parado, mas se mantém firme na sua posição, que pode, inclusive, levar a uma vitória no primeiro turno. O Kalil terá que fazer um movimento hercúleo para impedir. Será um cenário idêntico ao nacional: um para ganhar no primeiro e o segundo para impedir. Os demais candidatos não encontram relevância nos números”. Segundo o professor, em Minas Kalil depende de Lula, mas não dá votos adicionais ao petista. Já vários eleitores de Lula aceitam Zema sem problema.

Sem o Censo nacional, institutos divergem em pesquisas

Finalmente, o professor Rubem Barboza adverte para as diferenças de números entre os diversos institutos. “Pesquisas apontam tendências. Há diferenças razoáveis entre os principais institutos Datafolha, Ipec (antigo Ibope) e Quaest em função de não ter havido um censo. A base amostral das pesquisas mostram diferenças razoáveis. Salários, auxilio, pobreza, classe média. Tudo isso contribuiu para discrepâncias.”

Paulo Cesar Magella

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