Moro vai disputar votos da direita com Bolsonaro

Por Paulo Cesar Magella

15/11/2021 às 12h00 - Atualizada 15/11/2021 às 09h37

As articulações para transformar o ex-ministro Sérgio Moro no nome da terceira via, ante o quadro eleitoral polarizado entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula, é visto com ceticismo, especialmente no mundo acadêmico, por conta do próprio perfil do juiz. Na avaliação do cientista político Rubem Barboza, Moro, na verdade, deve ser o candidato da direita, disputando votos com o presidente Bolsonaro. Ele chamou a atenção para o próprio discurso de filiação ao Podemos, no qual enfatizou o combate à corrupção do sistema político, defendeu o liberalismo, um Estado menor e menos intervencionista e ainda levantou a ideia da compaixão. Para Rubem, são temas caros à direita que podem atrair os eleitores ora frustrados com a proximidade do presidente com o Centrão.

Longe do Centrão é estratégia para fugir da tutela

O professor Rubem Barboza considera que Moro, por conta de seu perfil e do discurso, não tira votos do ex-presidente Lula, já bastante consolidados, mas pode afetar a candidatura de Bolsonaro. Para ele, o presidente fez o mesmo discurso na sua campanha de 2018, mas se entregou ao Centrão de Waldemar da Costa Neto e Arthur Lira, criando um problema para o futuro. Por isso, Moro terá que disputar o voto da direita, pois, se buscar alianças no eixo partidário de centro, corre o risco de ser engolido.

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Direita reforçada com duas candidaturas

O cientista político Rubem Barboza observa um ponto que chama a atenção. Um eventual embate entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Sérgio Moro, já ensaiado pela própria reação do presidente, não comprometerá a estrutura da direita. Ao contrário, eles vão reforçar o sentimento da direita no país, que teria duas opções à mesa.

 

 

 

 

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