Falta de conversas marca relações de tucanos e emedebistas

Por Paulo Cesar Magella

09/10/2019 às 21h00 - Atualizada 09/10/2019 às 17h20

Quando articulava com o senador Tancredo Neves a criação do Partido Popular (PP) – uma dissidência do MDB -, o ex-governador Magalhães Pinto, ao ser indagado pelos repórteres sobre o que estava faltando para fechar o acordo, respondeu ao estilo das raposas políticas: “não há qualquer desentendimento entre nós, mas falta entendimento”. Talvez seja esse o cenário entre o PSDB do prefeito Antônio Almas e o MDB do ex-prefeito Bruno Siqueira. Não estão brigados, mas precisam discutir a relação para a aliança voltar ao que era antes, quando os dois partidos venceram as eleições municipais. Para tanto, os bombeiros já estão em campo. Depois do desabafo de Bruno, na última segunda-feira, durante reunião do MDB, muitas conversas já ocorreram para ver o que pode ser acertado. O próprio Bruno já disse que o compromisso (por enquanto) é apoiar a reeleição de Almas.

Reforma foi elaborada sem consulta ao ex-prefeito

Os dois dirigentes já sentaram para uma conversa, depois de um afastamento que começou após as eleições do ano passado, mas o projeto de reforma de Almas, que acabou penalizando emedebistas especialmente no segundo escalão, causou ruídos na relação. “Ele poderia, pelo menos, ser consultado sobre o que achava da reforma”, destacou um interlocutor próximo a Bruno, lembrando que isso não ocorreu.

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Ordem dos cargos atrapalha chapa única

O MDB, no entanto, também tem pendências internas. O presidente do diretório estadual, Newton Cardoso Júnior, convocou uma reunião da Executiva para o dia 28 deste mês, quando devem ser acertados detalhes das convenções municipais. No caso de Juiz de Fora, após o presidente Paulo Gutierrez ter anunciado a possibilidade de uma chapa única, há pendências na sua composição, ou melhor, nos cargos da Executiva. Em princípio, Gutierrez trabalha com a hipótese de o médico João César Novais ser o primeiro vice, o que não agrada à corrente liderada pelo ex-prefeito Bruno Siqueira. Nada pessoal, mas como João representa um grupo contrário, deixá-lo como vice é dar-lhe a possibilidade de, em qualquer eventualidade, assumir o comando da legenda.

Paulo Cesar Magella

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