Eleições de 2018 podem dar chance a ex-vereadores

Por Paulo Cesar Magella

08/07/2017 às 04h00 - Atualizada 07/07/2017 às 19h52

Volta à casa

Mesmo sem a definição das regras para as eleições do ano que vem, os políticos já estão em plena ação, embora na fase de entendimentos internos e de busca de possíveis cabos eleitorais. Nesse processo, a Câmara já trabalha com um expressivo número de pré-candidatos que podem, curiosamente, provocar a volta para o Legislativo de vários ex-vereadores. Se eleito, o presidente Rodrigo Mattos (PSDB) dará sua vaga para o suplente José Laerte; Sheila Oliveira (PTC) cederia sua cadeira para Newton Militão , Cido Oliveira (PSB) passaria o bastão para Jucelio Maria, enquanto Roberto Cupolillo (Betão – PT) seria substituído por Juracy Schaffer. A exceção ficaria com o vereador Adriano Miranda (PHS). Seu eventual sucessor, Disney de Lima, nunca exerceu mandato legislativo.

Dilema tucano

O PSDB terá uma semana complicada, pois próceres do partido, como o presidente em exercício, senador Tasso Jereissati, começam a pregar o desembarque da legenda do Governo Temer. Dois dias antes, no discurso de volta, o senador Aécio Neves defendeu a permanência da legenda, por ser a única garantia de governabilidade até 2018. Entre os deputados juiz-foranos, Marcus Pestana é o único a defender a permanência de Temer, mesmo sabendo do custo político que enfrentará. Se está ruim com Temer, sem ele a situação tende a se agravar, advertiu. Ontem, o senador e ministro Aloysio Nunes também defendeu o fica.

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Pelas diretas

Os deputados Margarida Salomão (PT) e Júlio Delgado (PSB) são notoriamente favoráveis à saída do presidente e à realização de eleições diretas para sua sucessão. Por conta disso, têm passado mais tempo nas articulações em Brasília do que na própria base. A petista tem inserido São Paulo em sua agenda, para reuniões com o ex-presidente Lula. Júlio, por sua vez, tem sido a voz que puxa o PSB para a oposição, não medindo esforços para ficar o maior tempo possível em plenário defendendo seu projeto.

Sabem que não dá

Alguns observadores consideram, porém, que os partidos de esquerda jogam com a possibilidade de eleição direta ainda este ano, mas estão cientes de que dificilmente isso vai ocorrer. Mudar a Constituição não é uma operação simples e só dessa forma será possível reverter a atual legislação, que diz claramente que o pleito tem que ser indireto. Ademais, mesmo sangrando, o presidente Michel Temer deve levar a discussão por um bom tempo, pois, além da votação na Câmara e suas consequências, a denúncia no Supremo, se autorizada, pode ir até o fim do ano. O STF, aliás, está em recesso e só volta às atividades em agosto.

Paulo Cesar Magella

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