Excesso de candidatos a prefeito é fruto das eleições de 2018

Por Paulo Cesar Magella

06/06/2020 às 12h00 - Atualizada 06/06/2020 às 14h28

O expressivo número de pré-candidatos a prefeito em Juiz de Fora – 16 pelas últimas contas – não causa surpresa. Na avaliação do cientista político Rubem Barboza, o fim das coligações proporcionais, isto é, para eleição de vereador, induz os partidos a buscarem visibilidade no voto majoritário. Por outro lado, destaca o professor, “o exemplo da eleição de Jair Bolsonaro e Romeu Zema, para ficar com os dois candidatos que se elegeram em nome da renovação política, pode ter estimulado a muita gente, que nunca havia se interessado por isso, a pensar que o raio pode cair de novo no mesmo lugar. Existem nomes a respeito dos quais nunca ouvi falar, e creio que a aposta inicial da maioria seria tentar para ver se algo novo acontece”.

Mais conhecidos têm vantagem relativa

O professor Rubem Barboza entende que, num primeiro momento, os candidatos mais conhecidos, com maior capilaridade eleitoral tenham uma vantagem inicial, mas advertiu que num cenário político acelerado e polarizado, é difícil fazer qualquer previsão sobre o futuro, mesmo diante da possibilidade de as duas pautas – ideologia e questões locais – virem embrulhadas no mesmo pacote. “Isso pode ter consequências. Por exemplo, aos novos candidatos de direita, que certamente pensam em surfar na onda do bolsonarismo, é preciso lembrar que a popularidade de Bolsonaro vem derretendo ao longo do tempo, e a maior parte da sociedade já está cansada deste espetáculo de confronto com as instituições democráticas e de desprezo pela pandemia e mortes de brasileiros”. Creio, no entanto, que a direita apareceu como um jogador político que veio para ficar, embora não haja garantias de repetir o sucesso do presidente”, destacou.

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