Dicas para comprar a casa própria com segurança

Comprar uma casa ou apartamento é o sonho da maioria dos brasileiros que moram de aluguel, porém, a empolgação para a realização deste sonho pode ser um fator de risco e acabar desencadeando sérios problemas

Por Bruna Bozano

15/08/2022 às 20h00 - Atualizada 15/08/2022 às 21h15

Foto: Pixabay

Comprar uma casa ou apartamento é o sonho da maioria dos brasileiros que moram de aluguel, porém, a empolgação para a realização deste sonho pode ser um fator de risco e acabar desencadeando sérios problemas, que vão de despesas não previstas à possibilidade de acabar caindo em um golpe e levando um grande prejuízo material e emocional.

Para evitar acabar se decepcionando durante e após o processo da compra, a dica principal é realizar o planejamento da forma correta, independentemente de estar comprando um imóvel pronto ou um apartamento ou casa na planta.

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Abaixo, um pouco mais sobre como evitar situações complicadas ao adquirir um imóvel:

Despesas Envolvidas na Compra de Imóveis

Embora muita gente não leve em conta, há diversos tipos de despesas envolvidas na compra de um imóvel.

Algumas das principais são:

  •         Impostos e taxas envolvidos na compra e depois dela, como certidões negativas e registro do contrato no cartório de registro de imóveis, Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), e despesas com a aprovação e elaboração do contrato de financiamento imobiliário;
  •         Possíveis débitos vencidos e vincendos de condomínio, IPTU, consumo ou taxas de água, energia e gás;
  •         Custos para a realização da mudança ou na compra do mobiliário para a casa;
  •         Valores das prestações do financiamento imobiliário (caso a compra não seja feita à vista); e
  •         Reformas necessárias ou previstas a curto e médio prazo.

Geralmente, a questão dos impostos (que podem custar cerca de 5% do valor do imóvel), do mobiliário ou da mudança, acaba ficando para segundo plano e causando problemas posteriores que minam ou diminuem consideravelmente a alegria desencadeada pela realização do sonho da casa própria.

A preocupação principal e que acaba sendo levada mais a sério pelos compradores é relacionada ao valor das prestações, sendo que, muitas vezes, nem a taxa de juros é considerada, sendo o financiamento realizado no máximo de parcelas possíveis, fazendo com que, em diversos casos, o imóvel acabe custando o dobro.

Levar em conta as questões acima já pode reduzir bastante o risco de ter algumas dores de cabeça pós compra de qualquer imóvel, mas elas não são as únicas que merecem atenção.

Como Conseguir Crédito para Compra de Imóveis

Como, geralmente, os imóveis custam valores muito mais altos do que a maioria dos empréstimos pessoais costumam oferecer, é natural que os bancos e correspondentes bancários solicitem muito mais garantias aos interessados em realizar um financiamento imobiliário.

De acordo com o perfil do cliente, as taxas de juros podem ser mais altas ou mais baixas, tornando a compra mais ou menos viável para o interessado.

Por vezes, vale a pena tentar melhorar o perfil, antes de tentar o financiamento.

Buscar aumentar o Score, conseguir comprovar residência no próprio nome, ter telefone fixo residencial, oferecer ao banco contatos de referências fixos, ter um histórico de crédito limpo e comprovante de renda com registro em carteira há mais de dois anos, são alguns dos critérios que podem ajudar na hora da aprovação do crédito.

Claro que, também, é necessário que a renda do interessado comporte o valor das parcelas pretendidas, sem exceder o limite de 30% da renda, ou seja: o candidato ao financiamento que recebe R$2000 mensais, não poderá comprometer mais do que R$600 do seu salário em prestações.

Oferecer uma entrada de, no mínimo, 30% do valor do imóvel, também ajuda muito a conseguir a aprovação da solicitação de crédito, afinal, o banco compreende que você não tem planos de deixar de pagar o financiamento, já que já realizou uma parte do pagamento do imóvel.

Comprar Imóvel à Vista Também Requer Cuidados

Há menos de 15 dias, foi noticiado no G1 do Paraná, mais um acontecimento fraudulento relacionado à venda de imóveis.

Uma família realizou a compra de um imóvel em Jandaia do Sul e só descobriu que foi enganada quando chegou no local com o caminhão de mudança.

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Os compradores já haviam realizado três depósitos após terem negociado com quem acreditavam ser os proprietários.

As vítimas chegaram a afirmar que possuíam um contrato de compra e venda com firma reconhecida e que o negócio havia sido firmado com dois homens.

O problema é que os golpistas não eram donos da casa e os verdadeiros donos não receberam nenhum valor.

Neste caso, foi registrado boletim de ocorrência e aberta uma investigação, mas os golpistas não foram presos, inclusive porque já não era possível decretar a prisão em flagrante.

Embora muita gente não saiba como funciona a prisão em flagrante, ela pode ser decretada por qualquer pessoa, desde que o ato criminoso seja constatado no momento em que acontece.

No caso do crime cometido pelos golpistas que venderam um bem sem possuí-lo, o flagrante só poderia ser constatado se houvesse decretação de prisão no ato da negociação, durante a assinatura do contrato no cartório ou no instante seguinte à conclusão da transação.

Como isto não ocorreu no caso do Paraná (e não ocorre na grande maioria), abre-se um inquérito e a situação pode nunca ser solucionada.

Para não se tornar vítima de um golpe como este, é de suma importância que o interessado na compra verifique, na vizinhança, quem são os verdadeiros donos da casa, que vá ao cartório e à prefeitura para verificar a autenticidade dos documentos demonstrados pelo vendedor e, de forma alguma, realizar algum pagamento antes de ter acesso a todas essas informações.

Vale lembrar que mesmo que os nomes dos vendedores constem corretamente no contrato e no documento do vendedor, ainda é possível que haja uma fraude, pois os documentos do vendedor podem ser falsos, por isso a importância de levar as verificações até o limite da lei e fazer todo o processo da compra, preferencialmente, com a assessoria de um corretor com CRECI válido.

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