Gestão de estoque: como adquirir fluidez no seu fluxo de caixa a partir de uma melhor gestão de seu estoque.
Você já considerou que grande parte do seu capital pode estar preso em um estoque mal planejado?
Apesar do seu grande impacto na gestão da empresa, o controle de estoque muitas vezes é ignorado ou pouco explorado. Porém os benefícios de um estoque bem gerido vão além da não falta de um insumo ou produto para seu cliente. O valor investido em estoque, muitas vezes, pode estar reduzindo a liquidez e não necessariamente retornando em lucro para a empresa.
Além do capital direto empregado, o estoque pode assumir outros papéis estratégicos em sua empresa como, definir negociações mais vantajosas, evitar rupturas de estoque, evitar grande ocupação de espaço físico desnecessário, entre outras.
Quando devo ter um estoque?
Em um mundo ideal, não ter estoque seria o melhor, porém existem acontecimentos inesperados que podem impactar diretamente uma venda ou produção por falta de estoque. Portanto, toda vez que houver um desalinhamento entre o tempo de entrega do produto e o tempo de demanda será necessário manutenção de um estoque.
O estoque é a solução para esse descasamento de lead times, todavia um almoxarifado cheio de produtos não é sinônimo de sucesso, pelo contrário, representa um investimento paralisado. Além do custo em dinheiro ainda há maiores riscos como: deterioração, roubo, danos, obsolescência ou perda, em caso de produtos perecíveis.
Por onde começar?
Primeiro passo para uma gestão eficiente de estoque é entender a situação dele atualmente, classificá-lo e garantir que todas as movimentações sejam registradas, seja esse um estoque de produto acabado, insumo ou matéria-prima. Portanto, será necessário efetuar um inventário.
Em um primeiro inventário é importante registrar todas as informações dos produtos estocados como:
- Descrição completa;
- Número de referência do fabricante;
- Fabricante;
- Quantidade;
- Custo;
- Localização;
- Validade.
Após esse levantamento, é importante desenvolver o cadastro de produtos, um local onde se encontre as informações necessárias para cada tipo de produto e crie códigos para eles, essa ação irá facilitar no controle de movimentações.
Com os produtos devidamente inventariados e cadastrados, a base da gestão de estoque começa a tomar forma, neste momento faz-se necessário controlar a movimentação dos produtos. Para tal, toda entrada e saída de produtos deve ser registrada em seu estoque. Crie mecanismos de checagem para assegurar que toda mercadoria entregue exista fisicamente e se toda mercadoria que está saindo, está saindo fisicamente.
Começamos a controlar, agora é hora de gerir o estoque!
Munido das informações de cadastro dos produtos, quantidade dos estoques e movimentações, é possível iniciar o processo de gestão do estoque. Para isso, deve-se iniciar pela classificação do estoque para então focar seu esforço nos itens que mais geram impacto.
Uma ótima ferramenta de classificação de estoque é a curva ABC:
- Classe A: nesta classe estão os itens mais importantes do estoque que representam cerca de 20% do da quantidade total de itens, mas que apresentam alto valor nos estoques, 80%.
- Classe B: estão presentes nesta classe os itens de valor médio no estoque, que são 30% da quantidade dos itens de estoque, e representam um valor aproximado entre 10% e 15%.
- Classe C: representam os itens de baixo valor no estoque, cerca de 5 % do valor e representam 50% do total de itens em estoque.
Após a classificação dos produtos estocados, deve-se entender quando devemos repor e com qual quantidade. Para isso, temos três níveis de estoque: Estoque de Segurança, Estoque Mínimo, Estoque Máximo. O estoque de segurança é a quantidade que irá evitar rupturas em caso de situações inesperadas, para calcular esse estoque basta utilizar as seguintes fórmulas matemáticas:
𝐸𝑠 = 𝐶𝑑 x 𝑇𝑡
Sendo que: 𝐸𝑠: Estoque de segurança; 𝐶𝑑: Consumo diário; 𝑇𝑡: Tempo de Entrega Total
O estoque mínimo é a quantidade de produtos que assegurará seu estoque até a reposição feita pelo fornecedor. É importante destacar que esse valor varia de acordo com o ramo industrial da empresa, pois a decisão pode ser arriscada se não houver reajuste conforme o aumento da demanda, trazendo consequências futuras nas vendas, falta de mercadorias e perdas econômicas. deve-se usar a fórmula abaixo:
𝐸𝑚𝑖𝑛 = 𝐸𝑠 + 𝑇𝑡 x 𝐶d
Sendo que: 𝐸𝑚𝑖𝑛: Estoque mínimo; 𝐸𝑠: Estoque de Segurança; 𝐶𝑑: Consumo diário; 𝑇𝑡: Tempo total;
O estoque máximo é um limitador de estoque para evitar compras exageradas, visando preservar a parte financeira e o espaço físico do armazém, para o estoque máximo:
𝐸𝑚𝑎𝑥 = 𝐸𝑠 + 𝐿𝐸C
Sendo que: 𝐸𝑚𝑎𝑥: Estoque máximo; 𝐸𝑠: Estoque de segurança; 𝐿𝐸𝐶: Lote econômico de compra;
Além da reposição é importante avaliar como os produtos estão distribuídos fisicamente em seu estoque. Utilize métodos como PEPS (Primeiros a entrar, primeiros a sair), mantenham produtos com maior movimentação, próximos a saída.
Acompanhe o giro de estoque!
Giro de estoque é a definição de quanto tempo o produto permanece no estoque, quanto menor o tempo, mais eficiente é sua gestão de estoque. Portanto, faça com que os itens de Curva A tenham o maior giro possível.
Importante sempre observar se a demanda para os itens têm aumentado ou diminuído, pois nesse caso, os cálculos de estoque deverão ser refeitos.
A gestão de estoque é um trabalho rigoroso que vai muito além de uma contagem de estoque e de acompanhamento de reposição. A gestão de estoque demanda planejamento, raciocínio lógico e dependendo do ramo de atividade da empresa, terá um peso estratégico diferente.