‘The americans’, a melhor série de TV do Universo

Por Júlio Black

21/06/2017 às 07h00 - Atualizada 20/06/2017 às 16h35

 

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Oi, gente.

 

Sou do tipo que gosta de compartilhar com as ah migas e os ah migos todas as coisas legais que topo por aí, seja na música, cinema, livros, quadrinhos, televisão, memes e páginas bobas do Facebookson. E é por isso que lá vou eu falar mais uma vez de “The americans”, série que passa por aqui na Fox1, FoxPlay – e que tem as primeiras temporadas disponíveis na Netflix -, que não é apenas a minha série preferida. Ela é A MELHOR SÉRIE DE TV DO UNIVERSO. Isso mesmo. DO UNIVERSO. Uni-ver-so-o-só. Não tem pra “Game of thrones”, “House of cards”, “Breaking bad”, “Demolidor”, “American Gods”, “Better call Saul” ou “Black Mirror”. Ponto. E que a fúria dos deuses caia sobre as cabeças de quem ousar discordar, as ruas sejam lavadas com o sangue dos infiéis, toda esse discurso religioso cheio de marra que aparece no noticiário.

 

Para os neófitos, pequenos animais distraídos ou recém-despertos de um coma de longo período, vale a explicação. “The americans” se passa nos anos 80, quando a Guerra Fria ainda comia solta, e tem como protagonistas dois espiões russos, interpretados por Keri Russell e Matthew Rhys. Os dois foram treinados pela KGB para se infiltrarem nos Estados Unidos durante a década de 60 e viverem por lá como um típico casal americano, assumindo as identidades de Elizabeth e Philip Jennings. Para isso, abriram mão de seus nomes de batismo (Nadezhda e Mischa), casaram, tiveram dois filhos, abriram um pequeno negócio (uma agência de turismo) e compraram uma casa no subúrbio de Washington. Mais american way of life, impossível. Ah, e se apaixonaram também.

 

Só que eles não estão na América apenas para fingirem ser filhos da terra. Elizabeth e Philip precisam realizar uma série de missões para a Central, e isso inclui instalar escutas, investigar e vigiar suspeitos, roubar documentos secretos, sabotar projetos, seduzir pessoas, forjar falsas amizades, cooptar colaboradores do outro lado, chantagear, sequestrar, matar, utilizar disfarces de todos os tipos – tudo isso numa época em que não havia celulares, internet e demais facilidades dos dias atuais. Mas que não se espere ação frenética, explosões, perseguições de carro e tiroteios mil: o negócio é contar uma história bem construída, desenvolvida meticulosamente, sem correria, em que o drama, o peso de cada decisão, valem mais do que mil reviravoltas por minuto.

 

E foi o que tivemos na quinta temporada de “The americans”, a penúltima da série, justificando o pequeno mas fiel grupo de seguidores apaixonados. Desde seu início, em 2013, este foi o ano mais “parado”, o que não é nem um pouco sinônimo de coisa chata. Foi tempo de começar a preparar terreno para a última temporada, avançar as peças no tabuleiro e colocá-las em posição para o derradeiro ano. Houve espaço para várias tramas durante os 13 episódios, incluindo algumas novidades, entre elas a tentativa de conseguir (roubar, né?) uma variedade de trigo mais resistente para aplacar a fome na União Soviética (o que inclui dar em cima das pessoas certas para cumprir a missão) e tentar fazer um desertor voltar à terra natal por meio da persuasão – sem que ele soubesse, claro, que se tornou amigo de agentes da KGB.

 

Além disso, Philip e Elizabeth precisaram lidar com Paige (Holly Taylor), a filha mais velha, que ainda está lidando com a descoberta das atividades dos pais e que começou a namorar o filho do vizinho, Stan Beeman (Noah Emmerich), que é agente de contra-inteligência do FBI; e também com a eterna dúvida sobre o momento certo de voltar para casa (a Mãe Rússia), deixando a América para trás ao lado dos filhos; a contradição de acreditar no modo de vida comunista e viver em meio ao mais capitalista dos países; e a responsabilidade por suas atitudes, o que inclui a descoberta do uso de um vírus letal roubado por eles na temporada anterior.

 

“The americans” também se dedicou a outros personagens. Stan, por exemplo, começa a pensar se vale a pena continuar no setor de contra-inteligência do FBI, ainda mais depois de se colocar em oposição a seus superiores. E boas parte da temporada se passa em Moscou, para onde retorna Gabriel (Frank Langella), que decidiu se aposentar. Quem já estava por lá era Oleg Burov (Costa Ronin), que precisa se acostumar novamente à dura realidade na União Soviética, seja ela econômica, social e política; e também Martha Hanson (Alison Wright), que teve de abandonar os EUA após se casar com uma das identidades falsas de Philip e se tornar suspeita de espionagem no FBI, onde trabalhava.

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Pois é, gente, espero que tenha despertado o interesse de algum dos meus 4+y³ leitores, porque o problema quando gostamos muito de determinada coisa é que acabamos falando demais, sendo detalhistas demais, contando a história toda e dando spoilers e aí acham que sou chato e querem bater em mim porque falei demais e não é nada legal ser odiado (acho). E “The americans” é desses programas que fazem a televisão ser vista como coisa séria de tão bom que é, e acho um absurdo que tão poucas pessoas conheçam a melhor série de TV do Universo. E quando falo Universo, é Universo mesmo. Do tipo que me fez tentar doutrinar, semana passada, três estagiários da CBN que são ligados em série.

 

Acreditem no seu amigo. Já desapontei meus leitores e leitoras algumas vez?

 

Não respondam, por favor.

 

Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.

Júlio Black

Júlio Black

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