Se essa franquia fosse minha
Oi, gente.
O tema da coluna desta semana mudou há pouco mais de 24 horas, e três foram os motivos: a notícia de que a Disney vai diminuir a quantidade de futuros filmes da saga “Star Wars”; a crônica de uma decepção anunciada que foi “O exterminador do futuro: Destino sombrio”; e uma edição recente do “Rapadura Cast”, podcast do pessoal do Cinema com Rapadura que debateu quais franquias deveriam continuar e quais deveriam ser encerradas.
O episódio foi tão legal, a vontade de participar foi tão grande, que fiquei matutando essa parada e, com a cabeça pousada sobre o travesseiro, pensei: “vou escrever sobre isso”. Os estúdios vivem uma dependência absurda de ter uma franquia para chamar de sua – várias, na verdade. Obviamente, isso provoca o esgotamento de algumas delas, que eventualmente ganham novos e desnecessários capítulos, estragam o legado dos filmes originais e provocam prejuízo. Bizarramente, quanto mais fracassos mais Hollywood insiste em histórias que repetem esses erros, ou apelam para reboots, retcons e remakes.
Como a lista de franquias é quase infinita, selecionamos as que tiveram lançamentos recentes, estão com novos filmes em produção ou que estarão de volta em algum momento. Basicamente, vamos apontar o que faríamos se fôssemos déspotas cinematográficos esclarecidos. Universos que já fecharam o ciclo, caso de “Jogos Vorazes” , ficam de fora, e filmes da Marvel e DC Comics porque é óbvio que terão vida muito longa. Ah, e não colocamos produções de terror por absoluta falta de espaço.
Antes de partirmos para nossas impressões impressionáveis, lembramos que a coluna pode ser lida tendo nossa playlist “…E obrigado pelos peixes” como trilha sonora. É só ir lá no Spotify, seguir e dar o play.
Vida longa e próspera. E obrigado pelos peixes.
STAR TREK
Se essa franquia fosse minha: Eu faria um último filme com essa nova tripulação e partiria para outra saga, talvez com uma Enterprise-F, muitos klingons e romulanos… Cardassianos também seriam uma boa. “Sem fronteiras” foi muito mal de bilheteria, mas o sucesso de “Star Trek: Discovery” na TV e a expectativa com o retorno do Capitão Picard pelo Amazon Prime são exemplos de que é possível audaciosamente ir aonde nenhuma franquia jamais esteve.
O EXTERMINADOR DO FUTURO
Se essa franquia fosse minha: Mandaria um Exterminador ao passado para impedir todos os filmes depois de “O julgamento final” (1991), mesmo que precisasse eliminar pessoas. O problema da franquia é que não há muito o que inventar: é um Exterminador voltando no tempo para tentar matar alguém, um humano que vem no seu encalço, Schwarzenegger como um T-800 “regenerado”. Só estragaram o que era perfeito, nem o retorno de James Cameron em “Destino sombrio” salvou o filme.
HELLBOY
Se essa franquia fosse minha: Entregaria novamente para o Guillermo del Toro e diria “vai lá, comete o crime”.
MIB – HOMENS DE PRETO
Se essa franquia fosse minha: Contrataria bons roteiristas e só daria um “ok” para uma história realmente original. Se não for assim, esquece. O último longa era tão ruim que deu para descobrir o traidor em menos de 15 minutos. E daria uma nova chance para a Tessa Thompson e o Chris Hemsworth, que mostraram ser uma boa dupla.
ROCKY/CREED
Se essa franquia fosse minha: Faria mais um filme, mas só um mesmo. E sem apelações do tipo Rocky Balboa morrendo à beira do ringue. Michael B. Jordan nasceu para ser o Adonis Creed. Bastaria criar uma boa história, mas daquelas que amarram todas as pontas e dão um desfecho que não permite continuações.
MAD MAX
Se essa franquia fosse minha: Entregaria um cheque em branco para o George Miller e diria “me faça feliz”.
JOHN WICK
Se essa franquia fosse minha: Daria um outro cachorro para ele e deixaria rolar. Brincadeira. Faria mais dois filmes no estilo “tiro, porrada e bomba”, o último inspirado em “Duro de matar 3”, e não cederia à pressão dos spin-offs.
HARRY POTTER/ANIMAIS FANTÁSTICOS
Se essa franquia fosse minha: Como não tem jeito, terminaria o terceiro filme e proibiria qualquer derivado de “Harry Potter” que não fosse adaptação de um livro de pelo menos 300 páginas. E JAMAIS deixaria a J. K. Rowling escrever um roteiro novamente.
STAR WARS
Se essa franquia fosse minha: Só faria uma nova trilogia se fosse algo realmente bombástico, sem nenhuma ligação direta com os personagens clássicos. Tipo num passado ainda mais distante, os confrontos dos Jedi com os Sith, a formação da antiga República. Fora isso, filmes isolados como “Rogue One”. E nada de derivados com Boba Fett.
PREDADOR
Se essa franquia fosse minha: Diria “chega”. O único bom filme da série foi o primeiro, o resto foi ladeira abaixo. Se nunca mais funcionou, melhor deixar pra lá.
MISSÃO: IMPOSSÍVEL
Se essa franquia fosse minha: Bem, o Tom Cruise já é o dono do brinquedo e não divide com ninguém. Mas, se pudesse dar um pitaco, diria para deixar as cenas de ação ainda mais espetaculares e mentirosas. E manter esse esquema de filmes interligados, como foram os últimos dois.
MATRIX
Se essa franquia fosse minha: Não teria feito o “Reloaded” e o “Revolutions”, para início de conversa. O final do longa de 1999 era daquelas coisas que não precisavam de continuação. E me recusaria a fazer o tal quarto filme que já anunciaram.
PIRATAS DO CARIBE
Se essa franquia fosse minha: Sem olhar para a bilheteria? Ela teria acabado no terceiro filme. Chega de Jack Sparrow.
VELOZES E FURIOSOS
Se essa franquia fosse minha: Acabaria com ela e ficariaa só com “Hobbs and Shaw” (The Rock rules). A verdade é que não vejo a menor graça na franquia, e ainda tem o insuportavelmente marrento e canastrão Vin Diesel. Mas a franquia rende bilhões, logo…
INDIANA JONES
Se essa franquia fosse minha: Indiana Jones e cia. cavalgando ao pôr do sol em “A última Cruzada” era o final perfeito, mas já que estragaram tudo com o quarto filme… Sei lá, acho que não tentaria um quinto.
TRANSFORMERS
Se essa franquia fosse minha: Recomeçaria tudo do zero, e pediria uma ordem de restrição para deixar o Michael Bay a três sistemas solares de distância dos Transformers.
OS CAÇA-FANTASMAS
Se essa franquia fosse minha: Eu nem teria feito um terceiro filme, que apesar do ótimo elenco tinha uma história lamentável. Aproveitaria o quarto filme, que estreia em 2020 – e tem os retornos de Bill Murray, Dan Aykroyd, Sigourney Weaver e Ernie Hudson (Harold Ramis, infelizmente, morreu) – para encerrar a franquia com dignidade.
JURASSIC PARK/JURASSIC WORLD
Se essa franquia fosse minha: Esqueceria essa história de dinossauros soldados, colocaria os bichos como ameaça de escala global e dava um jeito de fechar a série de vez. Já deu. “Jurassic Park” é um clássico, “Jurassic World” é um bom filme, mesmo sendo um reboot descarado, o resto fica entre o mediano e sofrível.
DURO DE MATAR
Se essa franquia fosse minha: Teria aposentado o John McClaine ao final de “Duro de matar 3”. E esbofetearia qualquer infeliz que sugerisse um longa mostrando a juventude do personagem.
007
Se essa franquia fosse minha: Eu aproveitaria a futura “aposentadoria” do Daniel Craig para dar a maior guinada da história da franquia, colocando o Idris Elba ou a Lupita Nyong’o como 007, a Tilda Swinton como M… Se for muito para o estúdio, aceitamos o Karl Urban de James Bond. Mas a mais antiga franquia do cinema melhorou e muito desde “Cassino Royale”.
ALIEN
Se essa franquia fosse minha: Teria dado o sinal verde para “Prometheus” e “Covenant”, apesar de desnecessários, mas exigiria do Ridley Scott um roteiro muito melhor. Como o estrago já foi feito, proibiria qualquer continuação – a não ser que fosse roteirizada e dirigida pelo Guillermo del Toro.
RAMBO
Se essa franquia fosse minha: Teria proibido o Sylvester Stallone de ter feito qualquer continuação. Mas como não podemos voltar no tempo, diria para ele que já deu. Ninguém aguenta mais.