O IAEM como uma ferramenta de planejamento econômico regional

Por Fernando Perobelli, Leandro Venâncio, Gabriel Barbosa, Joyce Guimarães, Isak Carlos, Ramon Goulart e João Pio

10/04/2018 às 07h00 - Atualizada 09/04/2018 às 17h24

De acordo com a Fundação João Pinheiro (FJP), o Produto Interno Bruto (PIB) de Minas alcançou o valor de R$ 573,7 bilhões em 2017, o que equivale a um crescimento de 0,6% em relação a 2016. Entre os setores produtivos, o de serviços foi o que apresentou maior crescimento (1,3%), impulsionado por comércio (2,5%) e transportes (0,9%). E a estimativa para 2018 é de crescimento em aproximadamente 3%. Uma das funções de um economista é tentar entender o que há por trás desses resultados, como por exemplo, quais municípios mais contribuíram para ele.

Com o objetivo de facilitar essa tarefa, a Conjuntura Mercados e Consultoria (CMC), do Departamento de Economia da UFJF, criou o Indicador de Atividade Econômica Municipal (IAEM), que possibilita descrever e compreender de forma mais detalhada a trajetória e os determinantes do crescimento econômico dos municípios mineiros em 2017.

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Para realizar uma breve demonstração desse caráter descritivo do IAEM ao longo de 2017, escolheram-se as dez economias que tiveram maior participação no PIB 2015, ou seja, as que tiveram maior representatividade em termos de produção para economia de Minas Gerais. Sendo assim, foi revelado que Ipatinga e Montes Claros foram as que menos contribuíram, em comparação com as oito restantes, para o comportamento positivo do PIB. Esse fato se deve principalmente aos níveis de exportações e importações e dos saldos de admissão e contratação no mercado de trabalho, que ficaram abaixo das demais cidades que foram analisadas.

Por outro lado, os resultados obtidos para as cidades de Belo Horizonte, Betim, Contagem, Juiz de Fora, Nova Lima, Uberaba e Uberlândia chamam a atenção, uma vez que a arrecadação de impostos no setor de serviços apresentou papel importante, em relação aos componentes de atividade econômica da agropecuária e das indústrias de extração e transformação.

Esse tipo de análise caminha no sentido de reafirmar a importância de se ter em mãos informações de curto prazo que consigam explicar melhor o que é observado no longo prazo. Nesse sentido, o IAEM pode evidentemente auxiliar os formuladores de políticas públicas e os agentes privados na compreensão dos componentes da economia que podem ser explorados ou corrigidos, gerando resultados mais positivos e com impactos diretos no cotidiano de toda a população. Podemos pensar em indicadores como esse assumindo o papel de uma ferramenta, que, se manuseada da forma correta, irá contribuir positivamente com o planejamento econômico.

E-mail: cmc.ufjf@gmail.com

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Conjuntura e Mercados

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