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Aeroporto da Serrinha, investimento só com mais prazo para concessão
Para falar sobre o Aeroporto Municipal Francisco Álvares de Assis, o nosso querido Serrinha, é preciso entender sua origem. Juiz de Fora até meados dos anos de 1950 dispunha de uma pista de terra com dimensões reduzidas localizada as margens do Rio Paraibuna, na Zona Norte. Em 1958, com a presença do presidente Juscelino Kubitschek, foi inaugurado o Aeroporto Francisco Álvares de Assis, com uma pista de boas dimensões permitindo receber aeronaves de grande porte.
Desde sua inauguração o Serrinha assumiu diversas demandas, como a formação de profissionais da aviação (pilotos, comissários e mecânicos), empresas de táxi aéreo, aviação comercial, com 120 mil embarques em 2012, transporte de cargas e valores, transporte aero médico (sendo o segundo aeroporto mais movimentado do estado para transplantes), referência no aero desporto com o paraquedismo, referência no voo a vela (planador), centro de manutenção de aeronaves, centro de abastecimento de aeronaves, aeroporto responsável pelo recebimento das vacinas da Covid-19 para Zona de Mata e Campo das Vertentes, entre outras incontáveis destinações.
Enquanto estive à frente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Juiz de Fora pude ter a dimensão das dificuldades para manutenção do Aeroporto da Serrinha. O município não dispõe de quadros técnicos qualificados na gestão e nem na operação do aeroporto, ainda assim sempre contamos com uma equipe dedicada e disciplinada na busca por uma solução que garantisse a manutenção das atividades. No período tive a oportunidade de visitar diversos órgãos de controle e fiscalização de aeroportos. como o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), Secretaria de Aviação Civil (SAC) e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Os aeroportos são equipamentos com alto custo de manutenção em razão das exigências legais necessárias a seu efetivo funcionamento. No caso do Aeroporto da Serrinha, existem demandas e procedimentos a serem executados para que o seu funcionamento seja de tal forma como é exigido, pela aviação civil. Entre os principais pontos elencados desde que a Prefeitura assumiu a gestão do aeroporto, estão a reforma total do balizamento, drenagem em vários pontos, revisão do cercamento de toda a área do aeroporto, reformas na pista e no pátio, reforma da iluminação da pista e a implantação de uma estação meteorológica que seja moderna, atual e segura. Vale destacar também a reforma e ampliação do terminal de passageiros e do setor de cargas aeronáuticas,
Estima-se que para implantar todas essas reformas, o prazo mínimo seja de cinco anos e que o custo possa girar e, torno de R$ 6 milhões. Pelas concessões que estão sendo realizadas em outros aeroportos, com o prazo de 30 anos, mostra a grandeza desse projeto para a manutenção do patrimônio do município.
Com a equipe de colaboradores da Prefeitura de Juiz de Fora conseguimos desenvolver os estudos na administração passada com respaldo dos órgãos de controle para que pudéssemos licitar a exploração do Aeroporto Francisco Álvares de Assis. É importante dizer que o patrimônio continuaria sendo público, assim como seu uso e o poder público municipal continuaria a cumprir seu papel, o de fiscalizador.
Nas últimas décadas, o fato de as cidades disporem de aeroportos tem peso decisivo na escolha onde as empresas aportam seus investimentos. A relação entre investimentos e disponibilidade de um aeroporto passa a ser direta, uma vez que os executivos dessas corporações necessitam de um deslocamento rápido, seguro e com garantias da sua realização.
Como empresário tenho a certeza que nosso papel é gerar empregos, desenvolver negócios e por conseguintes cidades, estados e ao país, fazendo suas economias prosperarem, gerando distribuição de renda.
O Aeroporto da Serrinha não atende a poucos empresários, mas sim, é o terceiro mais movimentado de Minas Gerais.
(João Matos é empresário, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e leitor convidado)