O 19 de novembro e sua bandeira

Por Cesar Romero

19/11/2017 às 07h30 - Atualizada 17/11/2017 às 22h02

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O 19 de novembro e sua bandeira

Para alguns, ela teria que ter a palavra amor; já para outros, ela teria que ter coroa.
Para alguns, o seu verde é o das matas. Para outros, é a cor dos monarcas de Bragança.
Para alguns, o amarelo é o das riquezas minerais. Mas para outros, é o ouro das armas dos Habsburgo, da austríaca Leopoldina, a imperatriz-mãe de Pedro II.
Conforme se aprende em muitas escolas, seu azul é o do céu, e seu branco é o da paz. Mas para outros, estas são as cores das bandeiras dos lusíadas nos campos de Ourique.
Alguns veem a cruz de Cristo no pavilhão, como Constantino a viu no céu. Já para outros, o cruzeiro, na verdade, é só parte de uma carta celeste virada pelo avesso, como a de Hevelius.
Muitos nela enxergam “Ordem e Progresso”. Porém, não poucos, olhando-a do outro lado, veem “ossergorP e medrO”.
É saudada como o lindo pendão da esperança. Mas, de quatro em quatro anos, a maior esperança que ela nos dá é a de sermos campeões do mundo de futebol.
Quando crianças, muitos já cantaram que ela é o símbolo augusto da paz. Mas poucos se lembram de que, quando ela nasceu, a capital brasileira estava em estado de sítio, e cercada pelas baionetas de um golpe militar.
E assim, dependendo de como olhamos para nossa bandeira, nela enxergamos coisas que outros não conseguem, ou não querem enxergar. Fica então o desejo de que, apesar dessas múltiplas visões, sejamos capazes de transformá-la num símbolo de mais justiça e de união para todos os brasileiros.

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(Luís Pontes é doutor e mestre em educação e leitor convidado)

 

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