Fala Quem Sabe

Por Cesar Romero

13/06/2021 às 07h00 - Atualizada 12/06/2021 às 08h47

Coronofobia

A palavra grega Fobia significa medo. Comumente, fazemos juízos morais desse afeto tão inquietante, mas o temor exerce inúmeras ações fundamentais para a preservação e a continuidade da espécie. O medo é um importante sinal para a manutenção da vida e, para isso, desencadeia processos fisiológicos complexos. É uma resposta aguda e breve. Quando esses processos persistem instala-se o estresse, nocivo à saúde, por desenvolverem respostas e defesas psíquicas, que geram sintomas. Quando intenso e crônico, desencadeiam fobias, que são sintomas inibidores e limitadores das ações e das atividades pessoais.

No momento, enfrentamos essa terrível pandemia do Coronavírus. Todos ficamos assustados e temerosos, o que é natural. A doença paira sobre nós como uma ameaça mortífera. Mas após o impacto inicial, nosso psiquismo tende a retornar ao seu funcionamento costumeiro e o risco já não parece mais tão amedrontador. Por isso são necessárias tantas campanhas de fique em casa, restrições sociais, fechamento das cidades etc. O medo inicial já não funciona mais como um inibidor.

PUBLICIDADE

Outras pessoas, entretanto, vivem essa grave crise sanitária decorrente do vírus, como uma intimidação aterradora, temem tudo de uma maneira exacerbada e se recusam a deixar suas casas para qualquer atividade, mesmo para a realização de ações importantes. Finalmente, a probabilidade de contrair a infecção, pode encontrar uma condição psicológica já anteriormente fragilizada. A fobia, já presente nessas pessoas, se materializa no risco da doença. Não devemos, entretanto, confundir o autocuidado, necessário e benéfico, com o sintoma de um quadro psicológico mais grave.

(Antenor Salzer Rodrigues é professor da UFJF, pós-doutor em psicologia e leitor convidado)

Cesar Romero

Cesar Romero

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade pelo seu conteúdo é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir postagens que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.



Leia também