Conceptwine promove curso avançado com foco em Defeitos do Vinho. Fiz, gostei e recomendo!


Por Etiene Carvalho

06/06/2019 às 10h50- Atualizada 06/06/2019 às 10h56

Gosto de luz, cheiro de mofo, cheiro de rato ou de cavalo ou, simplesmente, cheiro e sabor de papel. Esses são alguns dos inúmeros defeitos que podem ser encontrados nos vinhos que degustamos em nosso dia a dia ou em ocasiões especiais, sejam eles caros ou baratos, novos ou antigos. A grande dificuldade, no entanto, é saber detectá-los.

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A fim de me familiarizar mais com o assunto, tanto tecnicamente como na prática, me inscrevi no módulo 2 do curso “Desbravando Vinhos e Vinhedos”, da ConceptWine Cursos e Eventos, realizado, no final de maio, em Flores da Cunha-RS, e fiz uma verdadeira imersão no tema, que incluiu a degustação de inúmeros vinhos defeituosos inclusive. A experiência foi fantástica, extremamente didática e prática!

Esse curso é algo inédito no Brasil e oferece uma proposta bem diferenciada de outros da área. Não é que seja melhor ou pior. É um curso, como já disse, diferente. Ele surgiu, inclusive, para ensinar práticas enológicas aos amantes do vinho e suprir essa lacuna existente no currículo dos demais cursos da área. É fruto da paixão do enófilo André Mallmann com a experiência do enólogo Edegar Sortegagna.

Juntos, eles fundaram a ConceptWine e, desde 2018, oferecem quatro módulos distintos dentro de um curso geral denominado “Desbravando Vinhos e Vinhedos”. As aulas acontecem na vinícola Luiz Argenta, onde Edegar é o enólogo responsável.

Em geral, o público desses cursos é formado por pessoas de diversas partes do Brasil que já possuem um conhecimento relativamente avançado em vinhos e buscam informações ainda mais profundas no assunto. São pessoas de diversos cantos do país que têm o vinho como profissão ou, simplesmente, hobby e estão dispostas a investir em conhecimento.

Cada um dos módulos oferecidos no curso “Desbravando Vinhos e Vinhedos” é independente e pode ser cursado de forma aleatória, isto é, sem seguir a sequência. Geralmente são ofertados a cada dois/três meses. O primeiro módulo é o “Viticultura, Vinhos Brancos e Tintos”; o segundo é o “Espumantes, Defeitos, Maturação e Legislação” (que participei agora em maio); o terceiro é “Aromas, Vinhos Fortificados e Vinhos Especias” e o quarto é “Degustação Técnica de uvas, Tipicidade, Clima, Clima/Solo e Assemblage”.

As 24 horas de aula de cada módulo são ministradas durante três dias sempre dentro da vinícola Luiz Argenta, parte em sala de aula e parte na adega. Para quem gosta de Biologia e Química, a teoria é fantástica e envolvente!

Para quem não gosta muito, são as aulas práticas a “cereja do bolo”.

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No módulo 2, além dos defeitos, há também o passo a passo para a produção dos espumantes, inclusive com a degustação de diferentes vinhos base. Experiência como essa é algo raríssimo de se ter, a não ser que você trabalhe como enólogo dentro de uma vinícola. Sem dúvidas, outro grande diferencial do curso!

Vale ressaltar que além de vinhos com defeitos e em processo de elaboração, também são degustados excelentes vinhos nacionais e internacionais no decorrer de todas as aulas.

Para quem quer saber mais sobre os cursos da ConceptWine, basta acessar o site da empresa. O próximo módulo já está com as inscrições abertas e restam poucas vagas. Será realizado em julho e abordará o tema “Aromas, Vinhos Fortificados e Vinhos Especias”. No valor dos cursos está incluso o material didático, a degustação dos vinhos, o coffe-break e almoços no Restaurante Clô, além do jantar de encerramento e o traslado hotel-vinícola-hotel. O módulo 3 custa R$1690,00.

Curiosidade

Ah! E se você ficou curioso em saber o que é o “gosto de luz” em um vinho (algo que eu também confesso que desconhecia até fazer o módulo 2),eu vou dividir o meu recente conhecimento com você. Na verdade, esse gosto é proveniente de compostos sulfurosos voláteis de origem fotoquímica e aparecem nos vinhos brancos engarrafados e deixados expostos à luz. Estes vinhos, apesar da aparência, não estão oxidados, mas apresentam aromas de brócolis e de couve-flor cozida. Algo interessante, não é? E, confesso, que bem diferente do que eu cheguei a imaginar ser um vinho com gosto de luz…rsrrsrsrs!

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