A mentalidade Mamba


Por Bruno Kaehler

29/01/2020 às 07h08

“O que é a mentalidade Mamba? São muitos fatores, mas acho que o mais importante começa com emoção. A mentalidade Mamba tem como primeiro ponto a autoconfiança com coisas que acontecem em sua vida que você pode usar como combustível para o próximo passo. (…) Uma constante busca por sempre ser melhor. É um estilo de vida.” Desta forma Kobe Bryant sintetizava a fórmula matemática – e não mágica – que o ex-astro da NBA, que partiu no último domingo (26), se agarrou ainda quando criança.

Inspirado por filmes com histórias de superação e na confiança dada pelo pai, Kobe saiu de um atleta que não pontuava em competições, aos 11 anos, para o melhor jogador de seu estado, dos 13 aos 14. Sonhava em atuar com Michael Jordan, seu ídolo. E conseguiu. Esteve em quadra com ele diversas vezes. Ingressou na principal liga de basquete do mundo aos 18 anos. Pulou a universidade. Com a camisa 8, anotou 16.777 pontos. Em um recomeço, após ter retiradas acusações de assédio sexual, pediu a mudança de numeração para a 24. E assim vieram mais 16.866 pontos.

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Confiança. Foco. Mentalidade Mamba. A mais próxima de Jordan, segundo o próprio. Sempre chegava antes dos companheiros de equipe e iniciava os treinamentos. A preparação, para Kobe, era sagrada. A disciplina, imutável. Assim, nunca deixou de crescer. De buscar seu melhor. De ser o melhor.

Oscar Schmidt, que era amigo de Kobe e de seu pai, repetiu a frase dita por um jornalista, cujo nome o ex-cestinha brasileiro não se recordou: “Kobe Bryant foi o Michael Jordan de quem não viu Michael Jordan”. Não mudo uma palavra sequer. Não tive o prazer de assistir Jordan em quadra. Mas vi, segui e idolatrei Kobe. Virei um amante do basquete e dos Lakers por causa do Black Mamba. Num primeiro momento, claro, virei fã pelas atuações que transbordavam personalidade e técnica, com uma qualidade singular. Com o tempo, comecei a entender que o dom, só, não bastava. E há poucos exemplos de profissionalismo como o que Kobe nos deixa.

Isso fica. Sempre que pegar minhas camisetas de número 24 dos Lakers – tenho que comprar uma 8 – vou lembrar da mentalidade Mamba. O esforço traz o triunfo. Sem prejudicar ninguém ao seu redor. E, mesmo em proporções diferentes, cada um deveria ter o pensamento de Kobe, exposto pelo ídolo do esporte mundial, quando uma vez questionado sobre a forma que gostaria de ser lembrado, segundo o portal Yahoo. “Pensar em mim como uma pessoa superada, significaria muito para mim. Isso significa que dediquei muito trabalho e espremi cada grama de suco dessa laranja que eu poderia.”

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