O espírito rubro-negro


Por Bruno Kaehler

03/04/2019 às 07h15

Quarenta minutos do segundo tempo. Sobe a placa. Bill, atacante de lado, substitui o zagueiro Thuler. Quarenta e seis minutos. Bill recebe bola de lateral rapidamente cobrado por Rodinei e joga na área. Arrascaeta, com liberdade ofensiva em todo o jogo, testa para o fundo das redes e muda o destino da partida. Nos pênaltis, Flamengo campeão da Taça Rio 2019.

Sem a bola, o Flamengo marcou a origem da construção vascaína com pressão em diversos momentos do jogo

A dramática reviravolta no Vasco x Flamengo do último domingo (31) possui alma rubro-negra. Indiscutível. E passa por corajosas opções táticas de Abel Braga e, na área técnica, do auxiliar Leomir, que ajudam a entender o resultado.

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Coletivamente, a equipe não rendeu. Arrascaeta atuou atrás de Uribe, mas não como um armador. Foi quem mais errou passes, com sete equívocos no total. A aproximação para troca de passes curtos, o apoio, também não foi vista. A busca pelas pontas era imediata. Vitinho, em jogadas individuais pela esquerda, era o mais perigoso. Foi quem mais finalizou, sete vezes.

Sem entrosamento, a opção de linhas altas de marcação, como na imagem, objetivavam dificultar a superioridade numérica vascaína no meio de campo com a bola. Com amplitude dos extremos e laterais, o Vasco constrói as principais jogadas, levando bolas quase sempre à área pelo alto com perigo. Assim faz a maioria dos gols no Estadual. E do alto surgiu o tento cruzmaltino.

Mas o título passou pela coragem em levar um Flamengo alternativo e ofensivo a campo. A todo momento. Ao colocar um atacante de 19 anos na vaga de um zagueiro. Ao pressionar o adversário que, assim como fez com o Bangu, na semifinal, deu campo e bola ao rival e acreditou na consistência defensiva inclusive pelo alto. Na estrela de um uruguaio de R$ 55 milhões, apagado até decidir. E que, aos poucos, entende e valorização o poder do espírito rubro-negro.

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Tópicos: futebol

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