O sonho virou suco


Por Renato Salles

27/09/2019 às 07h00

O futebol sempre apronta das suas. Traído pelo otimismo, fui a vítima da vez. Acontece que, desde que a Conmebol adotou o modelo de final única para as competições continentais – Libertadores e Sul-Americana -, fiquei alvoroçado. A situação de ter um destino e uma data predefinida, para mim, abriu um novo horizonte: a possibilidade de fazer um planejamento prévio, arrumar as malas, embarcar para um país vizinho e assistir a uma grande decisão do futebol sul-americano.

Fui além do campo da possibilidade este ano. Fiquei empolgado, de fato, com a chance de me organizar para pegar a estrada. Corintiano que sou, o sonho era assistir ao Timão na final da “Sula”, que será disputada em novembro, em Assunção, no Paraguai. Tudo planejado com certa antecedência. Passagens com destino a Foz do Iguaçu compradas. Hotel reservado para quatro dias. Ingresso da decisão garantida. Faltava só reservar um carro para atravessar a fronteira Brasil-Paraguai.

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Faltava também combinar com os zagueiros. Os zagueiros do Corinthians, no caso. A derrota para o Independiente Del Valle por 2 a 0 no jogo de ida, em plena Arena, já era sinal de que o planejamento estava a um pulo de subir no telhado. O empate por 2 a 2 no jogo de volta, após o Coringão estar à frente do marcador por duas vezes, fez com que o sonho virasse, de fato, suco.

Mas, otimista que sou, deixei de lado a raiva e a decepção cinco minutos após o apito final da partida da última quarta-feira. Afinal, o futebol sempre apronta das suas e o mais bacana de torcer abnegadamente para um time é exatamente viver nesta corda bamba entre a glória e o fracasso. O legal é viver. Por ora, a viagem está mantida e estou colhendo dicas turísticas de Foz do Iguaçu e Assunção. Se alguém quiser ajudar, fiquem à vontade. Ah, vou assistir também a uma final de Copa Sul-Americana. Logo, a experiência antropológica está garantida.

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