Esculhambação


Por Júlia Pessôa

09/06/2017 às 07h00- Atualizada 09/06/2017 às 08h36

Menina dos olhos do torcedor brasileiro, a Seleção Brasileira de Tite entra em campo logo nas primeiras horas desta sexta-feira (9). Já classificada para a Copa do Mundo da Rússia, a equipe trouxe sossego para o sempre conturbado ambiente da Confederação Brasileira de Futebol, envolvida em suspeitas de picaretagens desde sempre. Porém, nem a boa fase do time canarinho é capaz de poupar a tal CBF de críticas. Por aqui, vão as minhas. A entidade máxima do futebol tupiniquim é uma esculhambação, incompetente até para gerir seu principal produto nacional: o Campeonato Brasileiro.

O que aconteceu na última rodada do Brasileirão, e se repetirá nos jogos de fim de semana, é algo inadmissível. Nada menos que 11 dos 20 times envolvidos no certame tiveram e terão desfalques por conta de convocações das seleções nacionais para amistosos. Amistosos estes que seguem datas previamente definidas pela Fifa. Nada menos que 17 jogadores considerados de ponta no cenário local estarão de fora, comprometendo a competitividade e o aspecto desportivo do certame. Isto só acontece pelo simples fato de a CBF se mostrar incapaz de desenvolver um calendário minimamente organizado.

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Olha que o desafio não é tão desafiador assim. Basta que se tenha coragem de peitar os interesses das federações estaduais e tornar mais enxuto os torneios estaduais. Mas, ao que parece, falta interesse para os donos da bola comprarem esta briga. Até porque o grosso dos votos que definem os dirigentes da CBF vem destas mesmas federações. Ou seja, pensar que a cartolagem vai peitar os filiados é o mesmo que acreditar que o Congresso Nacional quer, de fato, fazer a reforma eleitoral que o país precisa e, assim, ameace a manutenção dos mandatos dos atuais donos das cadeiras. Assim como o país, a mania de legislar em causa própria também é danosa ao nosso futebol.

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