Harmonize queijos com cervejas artesanais produzidos em Minas


Por Bárbara Riolino

22/07/2017 às 07h00

 

A cerveja tem vários elementos para combinar com o queijo, como o gás carbônico, que ajuda a quebrar a gordura, e o malte (Foto: Fernando Priamo)

Se tem uma coisa que o mineiro faz bem é queijo. Mas ele é esperto e não fica só nisso, também está produzindo cerveja como ninguém. E se misturar os dois? O resultado só pode ser um sabor agradável e surpreendente! Mostrar como harmonizar a infinidade de queijos com as cervejas artesanais, ambos legitimamente mineiros, foi a proposta da oficina (iniciativa da Fiemg) ministrada pela beer sommelier Fabiana Arreguy e o jornalista gastronômico Eduardo Tristão Girão, durante o Minas Láctea deste ano, que aconteceu esta semana em Juiz de Fora. Encerrando o especial de gastronomia com tema realcionado ao evento, a Tribuna bateu um papo com a dupla, que deu dicas para fazer a experiência em casa.

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Na visão dos especialistas, harmonizar a cerveja com o queijo é bem mais fácil do que com o vinho. A única regra a seguir é: quanto mais gorduroso o queijo for, maior deve ser o teor alcoólico da cerveja. “Se você mistura um queijo muito gorduroso com uma cerveja de baixo teor alcoólico, por exemplo, o queijo vai abafar o sabor da cerveja. A questão de baixa ou alta fermentação não tem regra. O que define é o sabor e o que queremos ressaltar, tanto no queijo quanto na cerveja”, explica Fabiana.

O que faz esse tipo de harmonização ser tão prazeroso, assim como a do queijo com o vinho, conforme a beer sommelier, é a variedade de cervejas disponíveis. “A cerveja tem vários e bons elementos para combinar com o queijo e, em determinados momentos, consegue alcançar, com muito mais valor, uma combinação com o queijo melhor que a do vinho. A cerveja tem gás carbônico, que ajuda a quebrar a gordura. O malte, por sua vez, também permite uma gama maior de sabores, que vão desde o pão até o café”, destaca Fabiana.

Outro grande barato de misturar cervejas e queijos, segundo Eduardo, é a particularidade de sabores provocada na boca de cada um. Para ele, é mais percepção que seguir regras, além, claro, da surpresa ao abrir a garrafa de cerveja e a embalagem do queijo. “Para saber se a harmonização deu certo, a pessoa deve ficar atenta aos sabores: um não deve prevalecer sobre o outro. Deve-se observar os aromas, a cor e a textura do queijo, experimentando para saber se o sabor é prolongado e como o queijo fica na boca, se esfarela ou fica cremoso, se é picante, se é mais adocicado. O aspecto visual é muito importante para uma experiência de alta qualidade. É preciso experimentar a cerveja da mesma forma. Depois, unir os dois e sentir os sabores. Cada vez que você presta atenção nestes detalhes, mais prazer você terá em degustar e fazer isso com mais propriedade”, comenta.

Para Fabiana, o primeiro sinal de que a combinação deu certo é ter a vontade de comer e beber mais um pouco. “Às vezes fica interessante, mas enjoativo. O paladar de cada um é soberano. É chique pensar que a cerveja, que geralmente aparece em ambientes mais descontraídos, está surgindo em mesas mais interessantes, no patamar que o vinho já ocupa. A qualidade das cervejas produzidas em Minas é muito alta. E o nosso objetivo é mostrar a excelência deste trabalho, tanto na cerveja quanto no queijo”.

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