Churrasqueira abre filial no Rio com cortes nobres
Aberta em Ipanema, filial carioca da casa de carnes juiz-forana aposta também em petiscos, cerveja própria e drinques descolados
Foram 18 meses de obras e investimento na casa dos R$ 4 milhões até a filial carioca da Churrasqueira ficar tinindo. Instalada num imóvel de dois andares na Vinicius de Moraes, em Ipanema, onde funcionava uma loja de vinhos da Grand Cru, a casa de carnes juiz-forana (e lá se vão 30 anos…) chegou de mansinho, como uma típica mineira, e agradou. Os sinais são claros: em tempos difíceis e mesas vazias, ali o burburinho é certo e visível do outro lado da rua, já que o projeto do arquiteto Vicente Giffoni sobra em lâminas de vidro da fachada. Ainda do desenho do salão: são 120 lugares, mesas e cadeiras de madeira (algumas de toras rústicas, tamanho família), playlist que pesa para o lado da bossa nova e uma parede inteira ilustrada por obra do artista visual Felipe Guga, o queridinho dos famosos nas redes.
Agora ao que interessa, o cardápio. Dos mesmos donos da também juiz-forana cervejaria Antuérpia, a nova loja tem cifras honestas para o que apresenta, todas as carnes são black angus, compradas de um fornecedor de São Paulo. Comparada a Juiz de Fora, revela o sócio Osvaldo Almeida, a conta ali fica de 10% a 12% mais alta. O bife de chorizo e o baby beef, por exemplo, sai por R$ 48.
Extremamente macio, o capitão de alcatra (R$ 55) é o carro-chefe entre os cortes daquela brasa. O meu veio no ponto e sabor certos (gostinho de brasa), dispensa molho. Há quem prefira outros cortes, como assado de tira (R$ 65) e ribeye (R$ 69), ou então pernil de cordeiro (R$ 52) e prime rib de leitão (R$ 48). As peças são servidas inteiras, mas se preferir o garçom (grande parte foi trazida de Juiz de Fora) fatia na hora. Todas elas vêm acompanhadas de pão de alho, farofa (um hit cuja receita leva farinha panko) e vinagrete.
Se a fome ainda persistir, tem arroz à grega e fritas reforçando o time das guarnições. A picanha de suíno à mineira (R$ 123) serve fácil duas pessoas, com arroz, tutu, couve e farofa de ovos. Impossível deixar escapar também a costela desfiada com mandioca (no Rio é aipim, R$ 36). Entre as entradas, linguiça de lombo, chips de jiló, cebola palha e bolinhas de mozarela na brasa, tudo entre R$ 12 e R$ 18.
Além da cerveja da casa (são 12 torneiras da Antuérpia, a partir de R$ 7/220ml), a carta de bebidas aposta em cheio nos drinques. Quem assina é o bartender juiz-forano Henrique Passos, que elaborou três combinações exclusivas para a casa (R$ 27): Tiki Uai (run, shrub de cítricos, xarope de especiarias, Cointreau, Angostura, apple e orange bitter), El Marechal (vodca, cranberry, limão, xarope de baunilha e café expresso) e Time The Queen (gim, chá de hibisco com frutas vermelhas, xarope de cravo e canela e siciliano com ervas). Para quem gosta de compartilhar, tem drinques em jarras, como sangrias (R$ 120) e clericot (R$ 140).
De sobremesa, uma fartura à mineira. Do clássico Romeu e Julieta (reinventado: goiabada quente com sorvete de Canastra) à banana flambada na cachaça fumegante (ambos a R$ 23). Um grand finale para carioca algum colocar defeito.
Colarinho branco em expansão
O mundo das cervejas especiais não para de crescer, e no Rio não é diferente. Aliás, grande parte do líquido dourado consumido pelos cariocas é Antuérpia, que fez bonito na última edição do Mondial de La Bière, em outubro. Dos nove rótulos trazidos pela marca, três chamaram a atenção de público e crítica. Uma delas é a Vert Mont, uma New England vendida na lata. A outra é a Toast da Green Lab, a primeira Toast Ale brasileira, lançada no evento. E a terceira, coroada com medalha de ouro, é a Antuérpia 1848, uma Vienna Lager (de baixa fermentação).
“Temos 200 clientes no Rio, que responde por 50% da nossa produção. A Antuérpia produzia cinco mil litros/mês quando foi inaugurada em 2009. Hoje, são mais de 180 mil litros/mês”, detalha o sócio e contador da empresa Osvaldo Monteiro.
Churrasqueira Rio
Diariamente, das 11h às 23h (Rua Vinicius de Moraes 130, Ipanema). 21 3689-1009