Um olhar sobre o cenário educacional


Por Pricilla Cerqueira, Luciana Tenuta e Rita Batista

20/10/2020 às 18h28

A pandemia gerada pela Covid-19 chegou e mudou nossa forma de olhar a vida, de nos relacionarmos, fazendo-nos experimentar outras realidades, jamais imaginadas.

Ela provocou alterações significativas em todas as sociedades presentes no mundo. Dentro desse contexto, diversas modificações se fizeram necessárias nas estruturas sociais, muitas delas, provocadas pela tecnologia, capaz de tornar as vidas das pessoas mais próximas. Todavia, a sociedade, ao mesmo tempo que se vê transformada pela tecnologia, empreende esforços para a sua ampliação, pois também depende dela para seus avanços. É uma via de mão dupla e essa via interfere em todo o complexo jogo das relações sociais. Muda o jeito de pensar e de agir. Muda o jeito de olhar e se relacionar com as pessoas, com o mundo.

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Por conseguinte, a Educação é também impactada por essa teia de relações.  Os jeitos de ensinar e aprender foram igualmente modificados, pois os diversos atores da trama são outros, com outras ideias, outras compreensões e necessidades. As prioridades também mudaram. Os focos educativos estão centrados hoje na possibilidade de instrumentalização de um jovem que seja capaz de reaprender constantemente, de se reinventar, de estabelecer novas conexões, de encarar desafios inovadores.

Ao mesmo tempo, estes professores e professoras inauguraram novas formas de olhar o ensino, especialmente para que milhares de alunos e alunas não ficassem sem aulas. De uma hora para a outra, adaptações aconteceram nas casas e surgiram as aulas virtuais.

Som, câmera e ação!

Professores se tornaram youtubers, plataformas digitais se transformaram em salas de aula. Aplicativos e tutoriais se apresentaram como os “ livros digitais” mais procurados no google e nos grupos de Whatsapp. Transformaram-se, também, em canais de comunicação entre a família, a escola e os pais. No meio de tudo isso, atividades impressas foram preparadas, deixadas nas escolas, motoboys a postos  e o home-office do professor se transformou em homeschool. Nossa geração presencia todos estes avanços, vivendo-os na própria história.

Nesse contexto, falar em Educação vai além da discussão que envolve as formas de ensinar e aprender e muros de escola A Educação, no presente momento, ampliou a sua ligação com a tecnologia, com a arte, com a cultura, com o comportamento, com o trabalho, com as relações dos sujeitos com os outros e consigo mesmo. Em todas estas esferas, a Educação se fez e se faz presente de forma viva. Ela é o palco onde se faz e se refaz a história. Ela é o palco que acolhe, por exemplo: as Ciências Exatas, Ecologia, as Teorias  e as Filosofias. Assim, vivemos intensamente a Educação de forma una e plural em todos os segmentos vivenciais.

Alinha-se a tudo isso, o completo envolvimento das famílias, dos gestores, dos psicólogos, entre outros atores.

A Educação, além se ser um tema que circunda a todos, vai muito além dos espaços físicos de uma escola. Ela abraça a vida e as relações dos sujeitos em constantes aprendizagens e reinvenções. Na verdade, professores e professoras educam para um futuro do qual não se tem ideia de como será. Esse é o grande desafio que está diante destes educadores. Um desafio presente em todos os espaços educativos: formais ou não.

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Como nos lembra Cláudia Costin, “A primeira atitude de um educador é sentir que ele é parte do processo e que, da mesma maneira que os alunos estão aprendendo, ele, professor, também está aprendendo. Nós temos que ter desenvolvimento profissional e nós vamos ter que nos atualizar e aprender o tempo todo”. Tal premissa nos indica os amplos tempos de adaptação que se fazem necessários.

Enfim, os desafios continuarão a confrontar todos os atores da Educação e eles consistem, basicamente, em se abrir o leque da reinvenção, das novas conexões e de novos saberes. A pandemia não tirará o fôlego dos que se dedicam à dignidade de uma Educação para todos!

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