Das impropriedades


Por Wendell Guiducci

21/02/2017 às 07h00

Maria Luíza era professora de português do ensino médio. Lecionava em uma escola pública e acabou se envolvendo sexualmente com Ederson. Ocorre que Ederson era seu aluno. E tinha apenas 14 anos.

Entre os meninos da escola, Ederson virou herói. Porque Maria Luíza, com seus 23, era uma senhora gata.

PUBLICIDADE

Nas internas, o pai do Ederson também achou o máximo.

Mas a mãe do Ederson não viu tanta graça.

Botou a Justiça na jogada.

Estupro de vulnerável.

E lá foi Maria cumprir oito anos no xadrez.

Ederson ficou mal com aquilo, porque gostava mesmo das aulas da Maria Luíza. De todas.

Bem comportada, ela saiu da cadeia após cinco anos e foi fazer mestrado e depois doutorado, vivendo com os pais e da bolsa de pós-graduação, já que ali pelas redondezas não achava emprego – sabe como é cidade pequena.

E reencontrou Ederson, agora estudante universitário, e iniciaram um namoro público e oficial.

Depois de cumprir a pena da Justiça, Maria Luíza cumpria agora, junto com Ederson, a pena das línguas. Aquele negócio de cidade pequena. E de não ter nascido em 1910. E não ser do show business.

A solução então foi meter o pé pra longe. Juazeiro do Norte, sertão do Ceará.

O conteúdo continua após o anúncio

Alugaram um cafofo nas imediações da Praça Padre Cícero.

Agora Maria Luíza leciona na Universidade Federal do Cariri.

Ederson é professor na Escola Estadual Figueiredo Correa.

Começa o mestrado ano que vem.

E não vê a hora de voltar a ser aluno da Maria.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.