Luizito


Por Wendell Guiducci

16/05/2017 às 06h00

Há em Pueblo Garzón um camponês uruguaio de nome Luizito. Nascido em El Maturrango e criado até uns 12 anos em Curral Alto, distrito de Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul, estabeleceu-se há um bom tempo em Garzón, onde todo mundo lhe olha torto.

Explica-se.

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Um dia Luizito sumiu de Garzón e foi aparecer uma semana depois em Pelotas. Segundo ele, foi levado por um disco voador e forçado a fazer sexo com uma alienígena durante seis dias.

– Até ela cansar e os extraterrestres me liberarem.

Era uma alienígena de seios empinados e muito firmes, bumbum arrebitado, pernas torneadas, cabelos louros e profusos pelos vermelho-fogo nas axilas e no púbis, segundo relato do camponês registrado em ocorrência policial.

– Queriam coletar meu sêmen para fazer experiências.

Na hora de soltarem Luizito em Pelotas, todavia, os ETs, que haviam assumido aspecto humano para não assustarem o rapaz, voltaram a sua forma original. E tinham todos a aparência de cabras.

Quando descia da nave, Luizito ainda pôde ver a extraterrestre com quem copulara, agora uma cabrita de pelagem rubra, acenando de forma reverente com a cabeça chifruda.

Ninguém engoliu a história em Garzón, mas o patrão de Luizito relevou.

– Moço bom de serviço.

A paciência do fazendeiro só foi se esgotar quando começaram as acusações de que Luizito andava assediando sexualmente as cabras da propriedade.

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– Isso não pode, Luizito.

E agora o camponês enfrenta uma série de processos impostos pela Animal Help Uruguay, pela Sociedad de Medicina Veterinaria del Uruguay e pelo próprio ex-patrão.

Acuado, pede asilo político no Brasil.

– Pois só lá eles entendem verdadeiramente o sentido da palavra saudade.

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