As ideias e o poder de se reinventar: pontos fundamentais para o sucesso pessoal e profissional

Todo o esforço para nos transformar, fazer ajustes e incorporar tudo o que há de novo e o que ainda virá cria um ambiente infinito de oportunidades para nos tornarmos de fato empreendedores


Por Gustavo de Freitas Magalhães, analista do Sebrae Minas

30/10/2018 às 08h00

Refletir sobre um mundo que muda a todo o tempo provoca em nós sentimentos de ansiedade e angústia. Tudo se altera rápido demais e as novidades nos atropelam, dando-nos uma sensação de que todos os nossos saberes envelhecem no mesmo ritmo e se tornam ultrapassados e inúteis.

Recentemente, vivi uma experiência que despertou em mim algo novo, diferente. Iniciei um trabalho com um grupo de estudantes e, no desenrolar de nossas conversas, percebi que os saberes que conservo não são ultrapassados; na verdade, estão apenas envoltos numa embalagem antiquada. Entendi que nós, considerados os “adultos maduros”, por vezes somos atropelados pelas mudanças do mundo, pelos novos hábitos de consumo, pelas novas tecnologias, inovações e informações. No entanto, temos uma condição diferenciada de avaliar, entender e participar da grande transformação que o tempo nos impõe.

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A solução é fazer uso de uma palavra que aprendi recentemente e estou adorando utilizá-la: disrupção. O termo significa “ato de romper, de interromper o curso natural de alguma coisa; o mesmo que ruptura, rompimento, fratura”. Também tenho achado incrível “aprender a desaprender”, criando, assim, condições de aprender novamente.

Vejo que é hora de romper com essa sensação de que somos ultrapassados e passar a utilizar tudo o que sabemos e criar condições de reaprender, ou seja, desenvolver um novo olhar sobre a vida e o mundo. Um olhar sem as regras limitadoras dos sistemas do passado. Temos que entender que, hoje, tudo tem jeito. O conceito Uber é um exemplo da capacidade que temos de incorporar novidades ao nosso cotidiano – ele se tornou parte do nosso dia a dia, embora ainda não tenhamos refletido sobre como isso aconteceu.

O Uber surgiu em 2009, para atender a uma demanda por locação de veículos de luxo em São Francisco, nos Estados Unidos, e o aplicativo foi criado logo em seguida. A grande sacada veio por meio de um investimento feito em 2010/2011, quando a plataforma se expandiu, após seus desenvolvedores terem compreendido as reais necessidades de prestadores do serviço e usuários: oportunidade de trabalho e renda – além de flexibilidade – para os primeiros, e atendimento ágil para os demais, unindo demanda e oferta de uma maneira diferente e inovadora. A empresa, portanto, acertou em cheio ao ter conseguido, assim, atender aos dois lados.

Essa é uma forma de perceber a realidade de maneira disrupitva, de ver as coisas sem a embalagem em que nos foram apresentadas, para abrigar pensamentos pré-moldados. Para que consigamos pensar de forma disruptiva e adotar esta prática no mundo dos negócios, precisamos exercitar nossa mente, da seguinte maneira:

  • Não tenha medo do resultado daquilo que você está projetando ou planejando. Tenha certeza e convicção de que as ideias são livres e a partir deste esforço inicial, trace sua estratégia;
  • Por vezes, aquilo que está sendo criado, pensado ou desenvolvido é tão inusitado que não existem parâmetros, nem dados prontos. Opa, isso é um bom indício de uma percepção diferente! Agora é ver e entender o que o mercado e as pessoas acham da sua ideia;
  • Pensar igual ou estabelecer paralelos para encontrar soluções prontas não gera inovação ou quebra de paradigma. Permita, dê espaço, valide e compreenda aqueles que podem vir a querer aquilo que você está criando. Nessa hora, é fundamental permitir a co-criação. Seja aberto! Mais uma vez: as ideias são livres;
  • Para desenvolver ideias, prime por debater e compartilhar sua visão com pessoas diferentes. Neste momento, opiniões conhecidas não vão ajudar;
  • Compromisso, dedicação e abertura! Esteja pronto para colocar a mão na massa, escutar e incorporar novidades à sua criação. Nossas opiniões, ideais e projetos não são verdades absolutas.

Todo o esforço para nos transformar, fazer ajustes e incorporar tudo o que há de novo e o que ainda virá cria um ambiente infinito de oportunidades para nos tornarmos de fato empreendedores. Saiba que nosso único limite somos nós mesmos.

Quando digo que “tudo tem jeito”, me refiro às diversas maneiras, metodologias e ferramentas hoje disponíveis, bem como outras tantas que estão sendo criadas e desenvolvidas e que podem nos ajudar a empreender e transformar nosso mundo, solucionando “nossas dores” e as inúmeras “dores” do mercado. Tais proposições podem ser monetizáveis ou não, entretanto, estarão contribuindo nesse grande processo de transformação.

 

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