Uma lacuna entre o planejamento e a execução

Sebrae Minas dá quatro dicas de atitudes empreendedoras que ajudam no processo de execução das estratégias planejadas pela empresa


Por João Roberto Marques Lobo, gerente regional do Sebrae Minas

19/02/2019 às 09h44

O ano começou e as empresas já têm – ou deveriam ter – o planejamento definido. O planejamento é um instrumento que o gestor deve construir com o intuito de direcionar as ações e os recursos disponíveis às atividades que contribuirão para o alcance dos resultados que ele quer atingir. A partir daí, cabe executar aquilo que foi planejado.

É nesse momento que observo a grande distância existente entre aquilo que foi planejado e o que é executado para cumprir o planejamento inicial. Em geral, os recursos da empresa não são direcionados ao o que foi definido e tendem a se dispersar em várias frentes distintas, o que pode resultar na perda de competitividade.

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Há alguns dias, conversei com uma empresária que atua há 13 anos no setor de moda feminina e procurou o Sebrae para entender o que estava dando errado em seu planejamento estratégico. Ela contou que possuía uma loja instalada em um bairro da zona norte da cidade e, em 2016, resolveu que iria vender seus produtos exclusivamente online, a partir de 2017.

Para isso, elaborou um planejamento detalhado, prevendo todo o investimento que deveria fazer, além de ter definido quais outras mudanças impactariam sua empresa a partir do novo modelo de atuação. Iniciado o ano de 2019, ela ainda mantém a loja física aberta e não conseguiu iniciar as vendas pela internet. Mesmo tendo planejado essa mudança de forma minuciosa, não foi possível executar o que estava previsto.

Essa é uma situação que observo com frequência no ambiente de negócios: empresários que não conseguem colocar em prática aquilo que é necessário para promover as mudanças desejadas. O que deu errado?

Ao discutir a situação com a empresária, observei que o que faltou foi um comportamento comprometido com a execução daquilo que foi planejado. E isso pode ser a causa de outros fracassos que ocorrem no mundo dos negócios. Há uma vasta literatura a respeito da necessidade de um comportamento mais proativo do empreendedor em relação à execução de seu planejamento, capaz de mover as empresas para os resultados pretendidos. Destaco aqui algumas atitudes empreendedoras citadas por esses autores, que ajudam no processo de execução da estratégia:

  • Estabeleça metas e prioridades claras

Dificilmente as empresas terão recursos financeiros, de pessoal e de estrutura suficientes para fazer todas as mudanças necessárias de forma simultânea. Busque priorizar as ações que são mais relevantes. Depois, avalie se os recursos que você possui são suficientes para atender todas as ações. Por fim, pense se essas ações são suficientes para alcançar as metas planejadas. Se as condições forem positivas, sua empresa já está no caminho certo para iniciar a execução.

  • Conheça seu pessoal

Saiba qual a capacidade que as pessoas que trabalham com você possuem para promover a mudança. Algumas demoram mais para entender o novo cenário e outras nunca se adaptarão aos novos tempos da empresa. Isso nos faz concluir que nem todos os funcionários continuarão na empresa após as mudanças, e os que ficarão podem ter a necessidade de ampliar suas habilidades. Portanto, é comum ser necessário investir em capacitações antes e durante o processo de mudança.

  • Conclua o que foi planejado

Um processo de mudança estratégica pode exigir a realização de várias ações simultâneas. É fundamental não perder o foco e concluir cada uma delas. É comum encontramos dificuldades em implantar uma ou outra ação, mas se elas são vitais para o sucesso das mudanças, concluí-las em sua plenitude é fundamental. É o conjunto das ações bem executadas que possibilitará ao empresário alcançar suas metas com sucesso.

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  • Seja realista

Em um processo de transformação, algumas pessoas tentam desconsiderar dificuldades ou incompetências reais que possibilitem a conclusão da mudança. Ao invés de tentar resolvê-las com a ajuda de outros profissionais, optam por ignorá-las ou buscar outros atalhos que julgam suficientes para resolver a situação. Mas, na maioria das vezes, essas soluções são temporárias e inadequadas, impedindo ou retardando a execução plena de um planejamento.

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