Moda masculina


Por Ana Paula Calixto

27/08/2021 às 18h15

Vivemos uma era de transição na moda, com quebras de paradigmas, de maior permissão e aceitação de estilos diversos, de escolhas diferentes do tradicional. O nosso espírito do tempo é o da diversidade, da multiplicidade, da moda como expressão da individualidade e não como prisão. A quebra de regras na arte de vestir atinge todas as esferas e redesenha o cenário fashion. E o que mais me fascina neste movimento é a pluralidade de olhares sobre a moda, e em particular sobre a moda masculina, tema desta coluna. Pegando como ponto de partida essa produção lindíssima de Diley Almeida, que traz o item mais clássico do guarda-roupa masculino em versões bem fashionistas, coloco uma questão: a moda masculina está preparada para diversidade?

Fabio Monnerat, especialista em moda masculina, afirma que não há regras, formatos e padrões que sejam capazes de dar conta de todos. Segundo ele, a celebração da individualidade é a parte mais linda nas escolhas que fazemos na moda. Ele destaca que a moda masculina está em pleno movimento de expansão e de libertação. Este movimento é flagrante, seja nos desfiles, nas vitrines e nas ruas. Mas, na prática, sabemos que a moda não caminha tão rápido assim, a autonomia na gestão da imagem é um processo que cada um conquista no seu tempo, seja de maneira autônoma, seja com a assistência da consultoria de imagem que atua como um facilitador na conquista do objetivo de imagem. Para quem quer criar ou repaginar um guarda-roupa, começar pelos clássicos é uma boa estratégia. É possível montar um guarda-roupa versátil com poucas peças, priorizando a qualidade, tendo critério, doses generosas de bom senso e muita noção da própria personalidade e do próprio estilo.

PUBLICIDADE

Glória Kalil, no seu livro “Chic Homem – Manual de moda e estilo”, pontua : “A moda clássica explicita valores que já foram testados no tempo. O que não quer dizer que clássicos não estejam sujeitos aos modismos, ao vaivém das tendências. Podem dar um show quando aprendem a temperar os modismos com o duradouro, como quando combinam um acessório supermoderno com um terno tradicional. São capazes de surpreender pela personalidade marcante que revelam. Ficam chics e pessoais. Clássicos têm referências sólidas e inquestionáveis do que seja o bom gosto. Isto não faz deles pessoas antiquadas. Ao contrário, estão imersos na contemporaneidade. A única novidade é que não são mais o único padrão de referência da moda e do bom gosto.”

O importante é antes de tudo se permitir! A moda tem muito a oferecer.

Dicas da Arte de Vestir

– Combine a cor das suas meias com a cor das suas calças; meias brancas só para jogar tênis! Se fizer a linha moderno, pode brincar com as meias divertidas, e para uma pegada contemporânea, pode optar por usar as meias canoas, que ficam escondidas dentro do sapato, deixar as canelas de fora é tendência
– Medida certa da calça: quando a barra cai sobre o tornozelo, cobrindo as meias quando o homem está de pé. Quanto menos as meias (que devem combinar com a cor da roupa) aparecerem, melhor
– Você pode usar paletós e calças em tecidos diferentes, desde que harmoniosos, como calça jeans com paletó de lã. Mas jamais use calça levinha de algodão com paletó grosso de lã (inverno x verão)
– Pontas da gravata terminam juntas e no início da fivela do cinto
– O paletó ideal é o que o cliente não se sente sufocado com o paletó fechado. As aberturas nas costas e golas devem ficar lisas, sem rugas. Ou seja, devem ter caimento perfeito
– Evite camisa de manga curta com paletó
– Use uns truques de estilo: dobre a barra da calça , faça sobreposições
– Invista em bons cintos e sapatos de couro, evite sapatênis
– Tenha um bom blazer azul marinho e um par de jeans lisos e escuros
– A combinação caqui com azul é a mais certeira para compromissos mais formais
– A camisa deve iluminar o rosto e as brancas e azuis favorecem a maioria dos homens.
– Bolsa de acordo com o seu estilo, o que não vale é carregar tudo nos bolsos e deformar sua roupa . Há várias opções de mochila, bolsa carteiro, pasta
– Construa um visual consistente; tenha a sua assinatura de estilo de acordo com a sua personalidade
– Uma roupa bem passada já é um bom começo

Na hora de comprar…

Sempre experimente! Cabide aceita tudo, roupa tem que ser no corpo. Preste atenção ao caimento, se o tamanho está correto, se a cava está no lugar, o comprimento está adequado, se tem como ajustar. Verifique costuras e forros, pois quanto melhor a roupa for pelo avesso, melhor será seu caimento.

Fique atento se a cor te faz parecer melhor. A cor tem que fazer você se sentir melhor com ela, tanto psicologicamente (tem cor que incomoda) quanto fisicamente. No caso dos tons fortes e não neutros, verifique se eles estão acentuando traços indesejados no rosto ou aumentando partes do corpo onde você tem volume demais (o contrário também vale). Lembre-se: cores claras tendem a dar volume e cores escuras costumam diminuir a silhueta.
Pense antes de comprar: a roupa vai funcionar com o que você já tem? Parece com algo que já tem? Sabe onde/quando e como vai usar?

O conteúdo continua após o anúncio

Ficha técnica:

Produção : Diley Almeida
Fotos: João Vianna e Johnny Pio
Modelos: Igor Juliani e Matteo Vincenzo

 

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.