O abate de animais no Brasil: análise dos indicadores para o 3º trimestre de 2022

Por Maria Souza Lima Arantes, Moisés Rocha, Weslem Faria

18/12/2022 às 07h00 - Atualizada 16/12/2022 às 16h25

A pecuária de corte brasileira, que engloba o abate de animais como bois, porcos e frangos, tem participação expressiva no PIB nacional. Em 2021, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e ApexBrasil, esse ramo da pecuária movimentou R$ 913,14 bilhões, valor 14,9% maior que o de 2020.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou no último dia 7 a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais para o terceiro trimestre de 2022 (julho a setembro). A pesquisa relatou que 1,57 bilhão de cabeças de animais foram abatidas no país. No mesmo período em 2021, o valor era de 1,55 bilhão de cabeças, o que representa aumento de aproximadamente 20 milhões no mesmo período de 2022.

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A pesquisa também mostra crescimento para as exportações do abate de animais no Brasil. No terceiro trimestre de 2022, 573,4 mil toneladas de carne bovina foram exportadas, crescimento de 7,4% em comparação ao mesmo período de 2021. Ademais, de carne suína, o total foi de 288,5 mil toneladas, aumento de 4,6% em relação ao mesmo período 2021. Por último, com variação de apenas 0,5% em relação a 2021, no terceiro trimestre de 2022 foram exportadas 1,1 milhão de toneladas de carne de frango.

O resultado para o terceiro trimestre de 2022 de carnes suínas alcançou o maior patamar desde 1997. O peso acumulado foi de 1,33 milhão de toneladas, representando variação positiva de 4,3% em relação ao ano anterior. Esse resultado se deve ao aumento das unidades da federação que participaram da pesquisa, bem como da diminuição de carne bovina no mercado interno.

Quanto ao abate dos bovinos, o resultado do terceiro trimestre foi 11,9% maior que o do respectivo período anterior. O aumento é justificado pelo embargo chinês de carnes bovinas brasileiras no último ano devido a casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (comumente chamada de “doença da vaca louca”). O abate desses animais gerou 2,13 milhões de toneladas de carcaças, com variação positiva de 11,6% em comparação ao terceiro trimestre de 2021.

Por fim, o abate de frangos apresentou crescimento de 0,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Suas exportações alcançaram o segundo melhor terceiro trimestre da série, resultado da redução da oferta mundial devido à gripe aviária ocorrida no Hemisfério Norte, além de efeitos da guerra na Ucrânia. O preço interno desse tipo de carne se manteve estável devido à maior disponibilidade do produto no país, o que gerou uma demanda ajustada no período.

Em resumo, a pecuária nacional, no que tange ao abate de animais, se encontra em alta. Fatores internos e externos afetaram a produção tanto em 2021 quanto em 2022, gerando resultados particulares para o consumo doméstico e para as exportações brasileiras.

 

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