Apagão de dados e baixa testagem comprometem análise sobre pandemia, aponta UFJF

Boletim divulgado quinzenalmente pela plataforma JF Salvando Todos não está sendo feito devido à instabilidade e falta de informações nas plataformas do Ministério da Saúde


Por Tribuna

06/01/2022 às 18h48- Atualizada 06/01/2022 às 19h39

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), responsável pela análise de dados sobre o cenário epidemiológico da pandemia de Covid-19, faz um alerta sobre o apagão de dados nas plataformas do Ministério da Saúde. Segundo o 44º boletim, divulgado quinzenalmente pela plataforma JF Salvando Todos, a ausência de informações impedem um diagnóstico da situação atual da pandemia no país.

O documento publicado nesta quarta-feira (5) aponta que, mesmo diante da propagação da variante Ômicron e da epidemia de gripe H3N2 em várias regiões do Brasil, a testagem no país apresentou redução nos últimos meses. O pesquisador Marcel Vieira, que faz parte do grupo de pesquisa, relatou à UFJF que a falta de testes e de dados atualizados dificultam o planejamento epidemiológico.

PUBLICIDADE

“Sem acesso às atualizações do número de casos e de vidas perdidas, além de estarmos testando pouco e fazendo pouca vigilância genômica, fica difícil nos planejarmos para as próximas semanas, visto que o impacto de um possível aumento do número de casos no sistema de saúde costuma levar entre duas ou mais semanas para ser sentido.”

No boletim informativo, os pesquisadores ainda relembram que os sistemas de registros do Ministério da Saúde para a Covid-19 estiveram fora do ar a partir do dia 9 de dezembro de 2021 e que ainda continuam muito instáveis, impedindo que o levantamento seja feito.

“Reforçamos a importância de continuarmos avançando com a cobertura vacinal, com a busca ativa das pessoas que não estão com seus esquemas vacinais completos, com a aplicação das doses de reforço e com o início da vacinação de crianças”, informa o documento.

O conteúdo continua após o anúncio

Tópicos: coronavírus

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.