Polícia conclui investigação de homicídio ligado a organização criminosa

Um dos suspeitos, de 22 anos, chegou a ser preso no Paraguai com arma de grosso calibre, mas foi liberado e é considerado foragido


Por Sandra Zanella

22/12/2021 às 18h13

A Delegacia Especializada de Homicídios concluiu a investigação da morte de um homem de 61 anos, executado com vários tiros, no dia 20 de dezembro do ano passado, dentro de um carro na Estrada Athos Branco da Rosa, na região do Bairro Santo Antônio, Zona Sudeste de Juiz de Fora. De acordo com o delegado Rodrigo Rolli, um dos suspeitos, de 22 anos, integraria uma organização criminosa com ramificações em Montes Claros, no Norte de Minas, e já teria ameaçado de morte um oficial da Polícia Militar em Juiz de Fora. Após o assassinato, ele chegou a ser preso com arma de grosso calibre, no mês passado, na região de fronteira no Paraguai, mas foi liberado e é considerado foragido da Justiça, já que existe mandado de prisão preventiva contra ele. Já o comparsa, 26, foi capturado pela PM no dia 13 de novembro no Bairro Nossa Senhora de Lourdes, na mesma região, mediante o mandado representado pela Polícia Civil e expedido pelo Tribunal do Júri.

Segundo o registro policial, Antônio Carlos Avelar era morador do Alto Santo Antônio e foi encontrado sem vida, com o rosto ensanguentado e desfigurado, sentado no banco do motorista do veículo, que estava parado perto da entrada para o Bairro Parque Serra Verde. A porta do carona estava aberta, e 18 cápsulas deflagradas calibre 9mm foram recolhidas na cena do crime.

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“Os suspeitos são do Santo Antônio e estão ligados a uma associação criminosa relacionada ao tráfico de drogas, que tem ramificações na cidade de Montes Claros e também no Paraguai”, especificou o delegado. “Entre o final de outubro e início de novembro, houve uma operação da Polícia Federal, com a polícia paraguaia e a Polícia Civil de Montes Claros. Esse jovem de 22 anos e mais seis pessoas foram presos com armas de alto calibre, como fuzis AK-47. Como foram capturados dentro do Paraguai, e a legislação do país é benevolente em relação a armas de fogo, o investigado foi solto. Na época ainda não havia o mandado de prisão, que saiu cerca de 20 dias depois.”

Conforme Rolli, o jovem e o comparsa também são suspeitos de envolvimento no assassinato ocorrido uma semana antes daquele, em 13 de dezembro de 2020, no Bairro Parque das Torres, Zona Norte. Álvaro Mariano de Mendonça, 42 anos, foi morto a tiros em sua casa na Rua Aristides Nogueira Ávila. A esposa contou que eles estavam no quarto quando ouviram passos. Em seguida, foram surpreendidos por dois homens, ambos armados. A mulher disse que um deles atirou, acertando a cabeça de seu marido, que morreu no local. O homem estava em prisão domiciliar e era monitorado por tornozeleira eletrônica.

“Em uma semana, mataram duas pessoas. No caso do dia 13 também há pedidos de prisão dos mesmos indivíduos, mas o Ministério Público deu parecer contrário, entendendo haver necessidade de outras diligências”, explicou Rolli. De acordo com ele, o rapaz de 22 anos não teria retornado a Juiz de Fora desde que foi pego com arma no país estrangeiro. “Além de ele estar envolvido nessa associação criminosa, a Polícia Militar fez inúmeras operações no Bairro Santo Antônio, entre setembro e outubro, porque ele ameaçou de forma clara e inequívoca um oficial da PM, dizendo que iria matá-lo. Ou seja, demonstrou a índole de ir contra as regras sociais e as forças de segurança. Isso inclusive foi relatado no nosso pedido de prisão.”

Rolli acrescentou que, antes de ir para o Paraguai, o suspeito chegou a fugir para Montes Claros. “Estamos monitorando e temos informações de que ele possa estar no estado do Rio de Janeiro ou em Minas. A Polícia Civil e a Polícia Militar estão trocando informações nesse sentido para que a gente consiga prendê-lo o mais rápido possível.” O delegado destacou que a população do Bairro Santo Antônio “está cansada dessa criminalidade” e que mais de cinco testemunhas veladas contribuem no inquérito. “Estamos combatendo de forma incessante o crime naquela região, e tivemos condenações recorrentes em 2021 (de pessoas ligadas à criminalidade no Santo Antônio)”, finalizou o delegado.

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Tópicos: polícia

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