Prefeitura diz que trabalha para que não falte vacinas para segunda dose em JF

Município, contudo, teme que novos atrasos no cronograma de entregas do Governo federal possam comprometer o planejamento


Por Renato Salles

28/04/2021 às 08h23

Ao participar de uma audiência pública no Senado nesta segunda-feira (26), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, externou preocupação sobre a possibilidade de faltar unidades das vacinas contra Covid-19, em especial da Coronavac, para administrar a segunda dose naqueles brasileiros que já receberam a primeira aplicação do imunizante. O receio foi justificado por Queiroga por conta de atrasos na entrega de novos lotes da Coronavac e também por decisão anunciada pelo Ministério no fim de março, quando o Governo federal orientou o uso de todos os antivirais disponíveis como primeira dose.

De certa forma, o receio foi compartilhado pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), que afirma que, desde o início processo de vacinação na cidade, “tem trabalhado para que não faltem doses para a segunda aplicação”. “Contudo, um grande atraso no envio por parte do Governo federal pode modificar esta situação, uma vez que os municípios contam com o compromisso firmado de entrega dos imunizantes dentro do prazo previsto”, ressalta a PJF.

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O Município ainda cobra do Ministério da Saúde e do Governo de Minas Gerais, responsável pela distribuição das doses aos municípios mineiros, maior clareza e transparência acercas das informações sobre o envio de novas remessas à cidade, de forma a organizar melhor o planejamento dos trabalhos de Imunização, a partir das entregas de remessas feitas pela União. “É importante ressaltar que as doses chegam sem informação prévia por parte do Governo do Estado. Inclusive, na última semana, a prefeita e outros líderes do Executivo do estado estiveram numa reunião junto ao governador Romeu Zema (Novo) para pleitear que ocorra uma afinação melhor, no que diz respeito à comunicação e distribuição das vacinas.”

Déficit de 30 mil doses

Apesar de afirmar trabalhar contra a falta de vacinas, a ferro e fogo, a Prefeitura ainda não tem em mãos todas as doses necessárias para o complemento da vacinação em segunda dose. Conforme dados repassados à Tribuna pela própria PJF, até esta segunda a cidade já havia recebido 196.711 doses dos imunizantes contra a Covid-19, sendo 113.238 para “dose 1” e 82.683 para “dose 2”. Destas, foram 155.136 doses de Coronavac (intervalo de 14 a 28 dias entre as doses) e 41.575 doses de AstraZeneca (intervalo de três meses entre as doses). Em uma conta simples, com base nos antivirais já disponibilizados ao Município, há um déficit de 30.555 unidades para aplicação da segunda dose.

Também nesta segunda, uma nova remessa de doses de vacinas contra a Covid-19 foi recebida pela Superintendência Regional de Saúde de Juiz de Fora (SRS/JF). Da leva, 12.075 unidades de imunizantes foram recebidas pela PJF nesta terça, sendo 2.450 unidades da Coronavac e 9.625 da Oxford/AstraZeneca. De acordo com a SRS e segundo orientações do Governo de Minas, o lote do imunizante da AstraZeneca será destinado à primeira dose de idosos com idades entre 60 e 64 anos (completando 28,5% deste público-alvo vacinado) e às forças de segurança, salvamento e forças armadas (6% deste público). Já as doses de Coronavac completam o esquema de vacinação com a segunda dose dos vacinados com as remessas anteriores.

Calendário municipal depende da chegada de imunizantes e orientações do PNI

Sobre as próximas etapas da campanha de vacinação na cidade, a Prefeitura afirmou que “segue o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra o coronavírus (Covid-19) e as notas informativas do Governo estadual que distribui os imunizantes aos municípios com o quantitativo e indicação dos grupos a serem imunizados”.

Desta forma, o Município não antecipou estimativas de calendário para a imunização dos próximos grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização (PNI), como pessoas com comorbidades; com deficiência permanente; em situação de rua; privadas de liberdade; além de trabalhadores do sistema de privação de liberdade; e da educação dos ensinos básico e superior.

“Somente após recebermos as orientações do Governo Estadual através das notas informativas é que saberemos como será o prosseguimento da vacinação, uma vez que pode ocorrer reordenação da prioridade entre os grupos, um exemplo disso é à vacinação das forças de segurança e salvamento que inicialmente não estava prevista e já foi iniciada na cidade após a indicação das notas técnicas e informativas do Estado”, diz nota encaminhada à reportagem pela PJF.

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Tópicos: coronavírus / vacina

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