Cidade voltará a seguir protocolos do Juiz de Fora pela Vida

Decisão da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) foi divulgada na tarde desta quinta, após Governo estadual anunciar que macrorregião saiu da onda roxa do Minas Consciente


Por Sandra Zanella e Renato Salles (Colaborou)

15/04/2021 às 12h17- Atualizada 15/04/2021 às 18h11

Após passar um mês seguindo as medidas estaduais mais restritivas em relação à pandemia, Juiz de Fora, junto com os outros 93 municípios da macrorregião Sudeste, vai sair da onda roxa do programa estadual Minas Consciente. Com isso, a partir do próximo domingo (18), as cidades da região que integram o Minas Consciente vão voltar para a onda vermelha. Juiz de Fora, entretanto, voltará a seguir os protocolos do programa municipal Juiz de Fora pela Vida, conforme anunciado pela prefeita Margarida Salomão (PT) durante a tarde.

A partir da onda vermelha do programa estadual, os municípios não são mais obrigados a seguir as determinações do Minas Consciente. De acordo com a Prefeitura de Juiz de Fora, uma nota técnica “discutindo de forma mais aprofundada a situação epidemiológica da cidade” será divulgada nos próximos dias.

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Em entrevista à Rádio CBN Juiz de Fora na manhã desta quinta, a prefeita Margarida Salomão (PT) havia adiantado que, tão logo o governador divulgasse a saída da onda roxa – que é compulsória – ela iria marcar uma reunião com o Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19 para tratar das próximas diretrizes.

Com a validade da onda roxa do Minas Consciente se encerrando no próximo domingo, a prefeita Margarida Salomão (PT) confirmou que a cidade vai retomar os protocolos locais definidos pelo programa Juiz de Fora pela Vida. A PJF ainda não anunciou em qual faixa do programa municipal a cidade será reclassificada, o que deve acontecer nos próximos dias, até sábado (17).

A depender da referência do Estado, que reclassificou toda a região para a onda vermelha do Minas Consciente, a cidade pode ser enquadrada na faixa vermelha do Juiz de Fora pela Vida, que permite a reabertura de atividades presenciais de algum setores cujas atividades estavam restringidas pela onda roxa.

Sistema hospitalar continua sobrecarregado

O anúncio da saída da macrorregião da onda roxa foi feito pelo governador Romeu Zema (Novo), durante entrevista coletiva à imprensa transmitida pelas redes sociais. Segundo ele, a decisão foi tomada na manhã desta quinta-feira (15) pelo Comitê Extraordionário Covid-19, diante da melhora dos indicadores e de chegada de medicamentos ao estado. Zema ponderou, entretanto, que a situação ainda é grave, exigindo cautela e atenção de toda a população com as medidas sanitárias e o distanciamento social.

Além da macrorregião Sudeste, também saem da onda roxa e avançam à vermelha, a partir de domingo, as macrorregiões de saúde Norte, Sul e Jequitinhonha, além das microrregiões de Betim, Belo Horizonte/Nova Lima/Caeté, Vespasiano, Contagem, Curvelo e Manhuaçu. Com isso, metade das macrorregiões de Minas ficará na onda vermelha, enquanto as demais seguem na roxa, pelo menos por mais uma semana. Já Triângulo do Norte, Triângulo Sul e Noroeste, que já estavam na fase vermelha desde o dia 9, permanecem nesta.

“Obtivemos melhorias de indicadores, o que possibilitou as decisões técnicas por parte da Secretaria de Saúde. Mas é preciso lembrar que estamos longe de ter conforto. Ainda temos um sistema hospitalar sobrecarregado, os profissionais de Saúde estão cansados, e as vagas são poucas. Por isso precisamos tomar todos os cuidados para evitar a transmissão do vírus. Dobramos o número de leitos de UTI e de enfermaria em Minas, mas o aumento de casos nesta segunda onda exige toda cautela”, afirma o governador Romeu Zema.

Em Juiz de Fora, segundo a última atualização na noite de quarta-feira, os leitos de UTI SUS Covid estavam 95,57% ocupados e, no total, haviam 533 pessoas hospitalizadas em decorrência da infecção pelo coronavírus, sendo 233 em UTIs e 300 em leitos de enfermarias, que estavam com 78,79% de ocupação das vagas para Covid. No geral, incluindo as UTIs para tratar outras enfermidades, o índice era de 91,75%. Levantamento da Tribuna publicado na noite de quarta apontou que, nos 28 dias seguintes ao início da onda roxa da cidade, os números de mortes e de casos não tinham demonstrado queda. 

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A progressão de onda em Minas aconteceu apenas nas regiões que apresentaram melhores resultados na incidência da doença e também na ocupação dos leitos. No total, o estado registrou aumento de 4,01% no número de casos e de 6,81% nos óbitos na última semana.

Para o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, é possível sentir o impacto das medidas restritivas neste último mês: “Em algumas regiões, qualquer variação no número de casos pressiona o sistema de Saúde. Mas a progressão decidida pelo comitê leva em consideração a chegada de medicamentos (sedativos do kit intubação), o que nos dá uma melhor perspectiva no atendimento. E, pela primeira vez em um mês, temos macrorregiões com leitos vagos, o que permitirá a movimentação de pacientes.”

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