Juiz-forana recebe vacina contra a Covid-19 em Dallas, nos EUA

Fernanda Fernandes recebeu a primeira dose da vacina do laboratório Moderna na tarde desta segunda


Por Renan Ribeiro

11/01/2021 às 23h16- Atualizada 11/01/2021 às 23h36

Juiz-forana deve tomar a segunda dose do imunizante daqui há quatro semanas (Foto: Aquivo Pessoal)

Com um adesivo colado na jaqueta indicando que a imunização chegou para ela, a jornalista Fernanda Fernandes deixou o UT Southwestern Medical Center (UTSW), na cidade de Dallas, que fica no estado do Texas, nos Estados Unidos, na tarde desta segunda-feira (11), após tomar a primeira dose da vacina do laboratório Moderna.

Menos de uma hora na fila e com a facilidade de ter preenchido todos os formulários on-line, o processo de vacinação foi organizado e tranquilo, segundo ela. “Foi um pouquinho mais dolorida do que a de gripe. Mas foi bem tranquilo. Eu até que não estava muito ansiosa. Mas há uma ansiedade que contagia”. A juiz-forana deve tomar a segunda dose do imunizante daqui há quatro semanas. Ela destaca que o local estava organizado para receber uma quantidade grande de pessoas. “O planejamento logístico está permitindo que a coisa se dê de forma bem ágil. As duas vacinas que estão sendo aplicadas são as que exigem temperaturas muito baixas”, explica.

PUBLICIDADE

Fernanda se mudou para Dallas pouco antes da pandemia. Então, conforme ela, não conheceu no local “uma vida normal”. Ela também acredita que, mesmo com a imunização, as atividades sociais ainda devem demorar um pouco a serem retomadas.

Formas de vacinação

Em Dallas são dois grupos prioritários que estão tomando inicialmente a vacina: profissionais de saúde da linha de frente e residentes em instalações de cuidados de longo prazo (chamados de Fase 1A), além de pessoas com mais de 65 anos ou com uma condição médica crônica que os coloca em risco aumentado de doença grave de Covid-19 (chamada de Fase 1B).

Jornalista elogiou a estrutura montada para aplicar a vacina em Dallas (Foto: Arquivo Pessoal)

Segundo Fernanda, há pouco mais de uma semana, a prefeitura começou um cadastro geral, em que a população preencheria um questionário on-line para que a aplicação pudesse ser agendada. No caso da brasileira, especificamente, que é atendida em uma clínica de endocrinologia da universidade que aplica as vacinas, ela pode fazer o agendamento antes. “Não fui chamada pelo cadastro geral, porque consegui agendar diretamente pelo sistema da universidade. Outra coisa que pode ter facilitado o meu agendamento é que eu tenho trabalhado dentro do ambiente hospitalar, como intérprete português-inglês.”

Ainda nesta segunda-feira, segundo Fernanda, uma grande estrutura foi montada no The Fair Parks como novo ponto de vacinação, visando acelerar o processo de imunização. A previsão é de que no local sejam aplicadas cerca de 2 mil doses diárias.

Em dados publicados pela imprensa estaduniense, Dallas tem 192.567 confirmações da doença e 24.652 casos prováveis de Covid-19. Na cidade, o número de mortes por coronavírus é de 1.773. Segundo a jornalista, os números colocam a cidade como as que têm maior número de caso e de mortes no país.

Negacionismo americano

Fernanda explica que, assim como no Brasil, nos Estados Unidos, ainda há muitas pessoas que respeitam a quarentena, mas, ao mesmo tempo, há quem negue os efeitos da doença. “O negacionismo aqui também é bem grande, e as falas do Trump tiveram bastante repercussão. Imagina que teve gente bebendo desinfetante quando ele disse que isso era bom!? Mas, no plano das políticas públicas, isso não teve tanto peso, e a compra de vacinas e suprimentos necessários seguiu os melhores protocolos possíveis. Como resultado estamos vendo a vacinação em massa sendo implementada neste momento, enquanto no Brasil não se sabe nem se haverá seringa por incompetência do Governo Federal”, opina a jornalista.

O conteúdo continua após o anúncio

Tópicos: coronavírus

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.