Bancários acionam Justiça contra demissões em Juiz de Fora

Justiça do Trabalho concedeu liminar favorável à reintegração de alguns funcionários


Por Gracielle Nocelli

23/11/2020 às 20h19- Atualizada 24/11/2020 às 18h50

Trinta e quatro demissões foram realizadas por quatro bancos em Juiz de Fora durante a pandemia da Covid-19, apesar do acordo firmado em âmbito nacional para não haver desligamentos neste período. A informação foi repassada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro Zona da Mata e Sul de Minas (Sintraf), que tenta reaver os empregos judicialmente. Até o momento, a Justiça do Trabalho de Juiz de Fora concedeu liminar favorável à reintegração de cinco funcionários.

A diretora de saúde e condições de trabalho do Sintraf, Taiomara Neto de Paula, informou que as demissões atingiram pessoas em tratamento de saúde. “Nossa luta é porque, mesmo durante essa grave crise sanitária, os bancos mantêm a prática de demitirem funcionários que não poderiam ser demitidos.” Segundo a diretora, os trabalhadores dispensados têm histórico de adoecimento em decorrência de “altas metas e práticas assediadoras”. Taiomara afirma que a situação tem afetado o atendimento nas agências. “Verificamos que, diariamente, as agências têm grandes filas, o que comprova que o atendimento presencial ainda é necessário.”

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Resposta

Ainda de acordo com o sindicato, do total de demissões feitas na cidade, 22 foram realizadas pelo Bradesco. A Tribuna entrou em contato com o banco que, por meio de sua assessoria, informou que não iria comentar o assunto. Os outros desligamentos foram feitos por Mercantil (5), que não retornou à reportagem até o fechamento desta edição, Santander (5) e Itaú (2).

A assessoria do Santander afirmou que o banco “fez parte do Movimento Não Demita, firmando o compromisso de não realizar demissões até 31 de maio de 2020”. Em nota, declarou que, após esta data, “deu continuidade à sua política de gestão de pessoas, como qualquer empresa, o que inclui admissões, avaliações de performance, promoções profissionais e, eventualmente, demissões, seja por questões de conduta ou de desempenho, amplamente discutidas com os colaboradores ao longo do tempo.”

Já o Itaú, também por meio de assessoria, informou que “retomou, em setembro, alguns processos internos que estavam suspensos na área de Pessoas desde março, em razão da pandemia da Covid-19. Entre esses processos, estão contratações e demissões.” A nota justifica que “são movimentações que fazem parte da retomada da rotina normal do banco.”

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Tópicos: coronavírus

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