Taxa de transmissão da Covid-19 volta a passar de 1 no país

Segundo Imperial College, índice era de 0,94 há três dias, mas passou para 1,10


Por Agência Estado

17/11/2020 às 18h24- Atualizada 17/11/2020 às 19h59

O Brasil voltou a registrar aumento nas taxas de transmissão do coronavírus segundo dados divulgados nesta terça-feira (17), pelo Imperial College de Londres. A taxa de transmissão do vírus chegou a 1,10 no país. Há três dias o índice era estimado em 0,94.

Uma taxa de transmissão de 1,10 significa que cem pessoas contaminadas transmitem o vírus para outras 110. A partir de abril, o país apresentou taxas acima de 1, situação considerada “fora de controle”. Em agosto, o índice baixou.

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Junto com outros países como Portugal, Itália e Reino Unido, o Brasil foi classificado agora pelo Imperial College em fase de crescimento da doença.
O Imperial College recomenda cautela na análise dos dados uma vez que “o registro de mortes e casos no Brasil está mudando frequentemente”, segundo o relatório divulgado nesta terça. Nas últimas semanas, houve falhas nos sistemas de registro do Ministério da Saúde e, portanto, subnotificação de infecções e mortes pela Covid-19.

Governo discute compra de vacinas

O Ministério da Saúde receberá nesta semana representantes de desenvolvedoras de vacinas contra a Covid-19. Técnicos da pasta devem ouvir propostas sobre o fornecimento de imunizantes da Pfizer, Johnson & Johnson e do Instituto Gamaleya, que desenvolve a Sputnik V. Além destas empresas, a Saúde informou nesta terça-feira (17), que conversará com a empresa indiana Bharat Biotech, que deseja levar ao mercado a Covaxin.

A primeira conversa será com a Pfizer. Não há compromisso firmado pelo governo para a compra destes imunizantes. O discurso no ministério é de que o governo comprará a primeira vacina segura que chegar ao mercado. O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, chegou a vetar a compra da Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, pois quem lidera as tratativas para o acesso da droga no Brasil é o governador paulista João Doria (PSDB).

Segundo dados preliminares de estudos de “fase 3” das vacinas, o último antes de as empresas pedirem o aval para registro e comercialização da droga, os produtos da Pfizer, Johnson & Johnson e a Sputnik V têm mais de 90% de eficácia contra a Covid-19. A Covaxin entrou recentemente em “fase 3” de estudos.

Há testes em andamento no Brasil relacionadas às vacinas da Pfizer e Johnson & Johnson, entre outras. A Sputnik V e a Covaxin, porém, ainda não são avaliadas no país.

Em nota, o Ministério afirma que a ideia é conhecer, nas reuniões, “os resultados dos testes em andamento e as condições de compra, logística e armazenamento oferecidas pelo laboratório”. A Saúde ainda afirma que a compra das vacinas deve ocorrer quando estudos comprovarem total segurança e eficácia do produto e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o registro. “A pasta deve apresentar, em breve, o plano de imunização da população brasileira contra a Covid-19”, diz o comunicado.

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O Ministério também afirma que a primeira remessa de vacinas deve estar disponível, no Brasil, no primeiro semestre de 2021 “e contemple inicialmente o grupo de risco da doença, que serão definidos pelos aspectos epidemiológicos, de eficácia e de segurança da vacina a ser utilizada”.

Tópicos: coronavírus

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