Média de casos de Covid-19 em JF aumenta 41% em duas semanas

Dados foram divulgados em nota técnica da UFJF; segundo pesquisadores, epidemia ainda não está controlada na cidade


Por Tribuna

01/10/2020 às 17h12

De acordo com nota técnica produzida pelo grupo de modelagem epidemiológica da Covid-19, formado por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), houve um aumento de 41% na média de casos de Covid-19 em Juiz de Fora nas últimas duas semanas – de 12 a 26 de setembro – em relação às duas semanas anteriores. Ainda conforme o documento, a maioria dos pacientes com casos confirmados está na faixa etária de 20 a 59 anos (68,5%). Apesar disso, em relação aos óbitos, a maioria das vidas perdidas é de idosos (79,5%).

Segundo a análise, também houve um crescimento da taxa de letalidade ao longo das últimas cinco semanas, sendo de 3,44% em 26 de setembro – em comparação com 3,34% em 22 de agosto.

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O Número de Reprodução Efetivo (Ret.) estimado para Juiz de Fora entre os dias 22 de agosto e 26 de setembro apresentou um valor máximo de 1,61 no dia 16 de setembro e um valor mínimo de 0,57 em 6 de setembro, sendo 0,9 no dia 26 de setembro. “Este indicador esteve acima de 1 em vários dias nas duas últimas semanas, o que, juntamente com o aumento na média móvel dos casos, indica que a epidemia ainda não está controlada na cidade”, revela Mário Nogueira, um dos autores do documento.

Índice de novos casos é alto em populações vulneráveis

Os pesquisadores identificaram, ainda, a maior ocorrência de casos em relação às pessoas em vulnerabilidade social em Juiz de Fora. Para isso, foi estimado o Índice de Vulnerabilidade da Saúde (IVS). Conforme a análise, ele é calculado com a combinação de variáveis socioeconômicas e ambientais, como o percentual de domicílios com abastecimento de água inadequado ou ausente; percentual de domicílios com esgotamento sanitário inadequado ou ausente; percentual de domicílios com destino do lixo de forma inadequada ou ausente; razão de moradores por domicílio; percentual de pessoas analfabetas; percentual de domicílios com rendimento per capita até meio salário mínimo; rendimento nominal mensal médio das pessoas responsáveis e percentual de pessoas pretas, pardas e indígenas. Conforme a nota, em todos os níveis de vulnerabilidade social, percebeu-se maior taxa de novas notificações até a semana epidemiológica 30 (19 a 25 de julho). Após esse período, o índice se manteve estável, porém alto.

Tópicos: coronavírus

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