Bolsonaro assina MP para produção de vacina no Brasil

Crédito extraordinário visa viabilizar a compra, processamento e distribuição de 100 milhões de doses do imunizante desenvolvido em Oxford


Por Agência Estado

06/08/2020 às 19h45- Atualizada 06/08/2020 às 21h00

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assinou nesta quinta-feira (6) medida provisória que abre crédito extraordinário de cerca de R$ 2 bilhões para viabilizar a compra, processamento e distribuição de 100 milhões de doses de vacina contra a Covid-19. O recurso será destinado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que negocia acordo para incorporar a tecnologia e produzir a vacina desenvolvida pelo laboratório britânico AstraZeneca e a Universidade de Oxford.

Após assinar a medida, em cerimônia no Palácio do Planalto, Bolsonaro criticou, de forma indireta, iniciativa do governo de São Paulo de negociar com a empresa chinesa Sinovac Biotech para receber a CoronaVac, também em testes contra a Covid-19. “O mais importante, diferente daquela outra (vacina) que um governador resolveu acertar com outro país, vem a tecnologia para nós”, disse.

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O valor liberado pela MP nesta quinta-feira contempla o investimento na pesquisa clínica da vacina, que está na fase 3, quando é testada a segurança e eficácia da droga em humanos. Após o fim destes estudos, a vacina pode receber registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para distribuição no país. A cifra liberada também deve permitir a compra de insumos para preparação das primeira doses e adequação de laboratórios que devem absorver a tecnologia total de fabricação da vacina.

O Ministério da Saúde informou na semana passada que prevê investimento de R$ 522,1 milhões na estrutura de Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz produtora de imunobiológicos. Outros R$ 1,3 bilhão são para pagamentos previstos no contrato de transferência de tecnologia com a AstraZeneca.

Na cerimônia desta quinta, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que há um “indicativo de queda na curva de óbito” pela doença no país. Ele afirmou que o governo dialoga com gestores de Estados e municípios para manter ativa, mesmo após a pandemia, a estrutura criada para o combate à Covid-19, como 11 mil leitos de UTI e oito mil respiradores.

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Tópicos: coronavírus

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