Como será o amanhã?
“Quando essa pandemia acabar, eu desejo que façamos festa, (…) que a gente volte a sorrir e a festejar, a abraçar e amar…”
Ao pensar no futuro pós-pandemia, tudo é incerto e inseguro. Não sabemos quando e como vamos voltar para as ruas, mas uma coisa é certa: nada será como antes, pois no período de isolamento constatamos que precisamos, sim, uns dos outros, que devemos nos colocar no lugar do próximo, ou seja, ter empatia, mesmo em uma situação tão difícil.
Voltaremos com a dor de saber que inúmeras vidas foram ceifadas por um vírus tão cruel, mas o que me rasga a alma é saber que muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas se todos tivessem empatia e respeitassem o isolamento social, simplesmente ficando em casa, com exceção dos trabalhadores essenciais, que infelizmente não podem fazer o mesmo.
Como disse Ferreira Gullar, “a arte existe porque a vida não basta”, e pudemos constatar de uma forma muito profunda durante essa pandemia. O que seria de nós sem a tecnologia que temos atualmente? Hoje, mesmo distanciados fisicamente, estamos conectados através das redes sociais, o que, para quem tem acesso a essa tecnologia, ajuda a aproximar familiares e amigos e também nos aproxima do trabalho e da faculdade. Com isso, a saudade diminui de certa forma, tornando a vida um pouco mais leve.
Filmes, séries e documentários nos ajudam a passar o tempo, a distrair a mente, nos transportando para lugares incríveis e, às vezes, até inimagináveis. Sem contar os noticiários, com a difícil tarefa de nos manter informados diariamente sobre o que está acontecendo no Brasil e no mundo, torcendo para que logo possamos ouvir e dizer: estamos livres novamente.
Com o isolamento, o mundo agradeceu e retribuiu com a gentileza da natureza, que nos agrada e encanta com o cantar dos pássaros que outrora só se ouvia de longe e que hoje vem como um convite: que a gente escute a voz do nosso coração. Ouvir a si mesmo não é uma tarefa fácil, e, como bem disse Carlos Drummond de Andrade, no seu poema O Homem, As Viagens, “a dificílima dangerosíssima viagem de si a si mesmo: pôr o pé no chão do seu coração, experimentar, colonizar, civilizar, humanizar o homem, descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas a perene, insuspeitada alegria de con-viver”.
Parafraseando Ivan Lins, “e quando passarem a limpo, e quando cortarem os laços, quando soltarem os cintos, façam a festa por mim”. Quando essa pandemia acabar, eu desejo que façamos festa, com nossos amigos, familiares e amores, que a gente volte a sorrir e a festejar, a abraçar e amar, pois, apesar de você, coronavírus, amanhã há de ser outro dia.
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