Enfermagem, o nobre ofício de salvar vidas

PUBLIEDITORIAL


Por Tribuna

18/05/2020 às 07h00

Neste ano, as comemorações na Semana da Enfermagem em que inclui o Dia Internacional da profissão, (12/5), colocam ainda mais em evidência o trabalho dos profissionais essenciais no cuidado e tratamento das diversas vidas atingidas pelo novo coronavírus. Os enfermeiros, junto a médicos e técnicos em hospitais e unidades de saúde, figuram como os grandes protagonistas no front da incansável batalha contra a Covid-19.

Somente no Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ), hospital de ensino conveniado a Suprema – Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora, estão 54 enfermeiros que colocam em risco a sua própria vida por um motivo ainda mais nobre: “cuidar das pessoas”. Entre eles Fernando Cordeiro Ribeiro, 39 anos, Responsável Técnico de Enfermagem do HMTJ. “Ser enfermeiro é persistir pela vida, e a pandemia colocou nossa profissão em novos desafios”. Formado há 10 anos pela Suprema, ele reforça não temer a Covid-19, apesar do alto risco de contágio. “A rotina segue ainda mais a risca os protocolos de segurança, além de estarmos redobrando a atenção e o cuidado”, explica o enfermeiro.

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Apesar do momento delicado, a união e o diálogo constante entre os profissionais da saúde têm se tornado ferramentas fundamentais na saúde emocional. Entre os maiores desafios, um pedido enfático: “cuidem-se, respeitem o isolamento. Quem puder, fique em casa. Estamos trabalhando 24 horas para salvar vidas. É muito importante todos seguirem os cuidados necessários para não sobrecarregar o sistema de saúde”, reforça Fernando.

Com a rotina cada dia mais desafiadora nos hospitais, Fernando ainda enfrenta no distanciamento familiar uma luta para amenizar a saudade do filho Thárik. “Sempre o visito aos finais de semana, e optei por evitar maior contato agora para não me expor aos familiares”. Para ele, essa é a real preocupação no dia a dia, uma necessidade para continuar frente aos trabalhos com os pacientes. “A internet e os contatos telefônicos têm sido o nosso aliado para fortalecer a comunicação, até que possamos estar juntos novamente, com segurança”, comenta, ansioso, o enfermeiro.

Esperança para vencer

“Você nunca imagina. Por maior que seja o cuidado que tenha, vai adquirir a Covid-19. Só a esperança dá forças após receber o teste positivo”. Janaína Otoni de Carvalho, 33 anos, enfermeira da UTI Neonatal do HMTJ, venceu a doença e retornou aos trabalhos na semana que passou, fortalecendo novamente a equipe de combate à pandemia. Formada pela Suprema, ela compartilha momentos.

Emília das Graças ao lado da filha e enfermeira Janaína, durante a quarentena

Como foi vencer a Covid-19?

Testar positivo é muito assustador, tive momentos delicados, com tosse incessante, dor de cabeça, perda de paladar e olfato e um cansaço imenso. Moro com minha mãe e ela tomou todos os cuidados para cuidar de mim na quarentena. Meu maior medo era ela estar exposta ao vírus, mas tive um excelente acompanhamento médico e pude me livrar desta contaminação rapidamente. É algo que alertou o mundo sobre como a nossa saúde pode ser frágil diante uma ameaça invisível.

Qual a sensação de voltar ao trabalho?

Foi uma quarentena difícil, mas retornar ao trabalho com a saúde restabelecida é muito gratificante. Não tive medo, fui muito bem recebida pelos coordenadores e equipe de enfermagem, e o principal é saber que sou muito útil, e que existem pessoas necessitando da minha atenção e cuidado. Foram 14 dias de isolamento, achando que ia morrer e nunca mais retornaria ao ofício lindo e humano que é a enfermagem. Mesmo correndo riscos, essa é a profissão que eu amo. Quando trabalhamos com amor, nada faz ter receio ou medo.

Dor por pacientes debilitados

Denise, enfrentando o coronavírus

A escolha pela profissão tem mostrado à enfermeira-chefe da Unidade de Terapia Intensiva do HMTJ, Denise Bortolini Lima de Andrade, 38 anos, a dor e o amor pela enfermagem, e a importância de cuidar do próximo, abdicando, muitas vezes, da própria saúde. Há 10 anos no ofício, ela considera que este foi o momento em que a profissão “mais me exigiu, pois tem sido muito doloroso ver os pacientes graves e debilitados”. Por outro lado, sente-se realizada em poder fazer o que gosta e liderar uma grande equipe de enfermagem focada, “incansavelmente, na busca de fazer o melhor e salvar vidas”.

Denise, que também formou na Suprema, atualmente está de quarentena, infectada pelo vírus. “Infelizmente confirmou-se a doença, mesmo tomando todos os cuidados”, lamenta. Em casa, junto ao marido, ela segue o tratamento, na certeza de que, no hospital, “todos os enfermeiros estão engajados, unidos e buscando o melhor para cuidar de todos. É realmente uma profissão que merece muito respeito”.

UMA EQUIPE DEDICADA E DE LUTA RESPONSÁVEL

Além do trabalho destes profissionais, há também o apoio multidisciplinar de uma equipe dedicada, ressalta o Diretor Presidente do HMTJ, Marco Antônio Almeida, 56 anos. Ele reforça que a enfermagem “é a arte de cuidar incondicionalmente de alguém que você nunca viu, fazer o melhor por ela. Não se pode fazer isso apenas por dinheiro, é um dom e se faz por amor, compartilhando com os técnicos de enfermagem, auxiliares de limpeza, atendentes de recepção, administrativos, psicólogos, assistentes sociais, copeiros, fisioterapeutas e médicos, que são fundamentais na arte de cuidar. Essa união salva vidas”, reitera, agradecendo a toda equipe “que luta de forma tão responsável”.

Tópicos: coronavírus

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