Governo de Minas anuncia investimento de R$ 645 milhões no combate ao coronavírus

Montante será utilizado na aquisição de leitos, de um milhão de testes e de 300 ventiladores pulmonares, entre outras ações


Por Gabriel Silva, estagiário sob supervisão da editora Rafaela Carvalho

29/04/2020 às 15h18

Em entrevista coletiva à imprensa via transmissão on-line na manhã desta quarta-feira (29), o Governo de Minas anunciou investimento de R$ 645 milhões para o combate ao coronavírus no estado. A verba será destinada a mais de 50 obras em diversos municípios mineiros, além da compra de um milhão de testes para o novo coronavírus, da aquisição de 300 ventiladores pulmonares para o combate à Covid-19 e da ampliação de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) em todo o estado. O Governo estadual também confirmou a conclusão do hospital de campanha construído no Expominas, em Belo Horizonte.

Dos mais de R$ 600 milhões investidos, R$ 584 milhões são referentes às medidas compensatórias das empresas mineradoras Samarco e Vale, sendo R$ 84 milhões da primeira, responsabilizada por rompimento de barragem em Mariana (MG), em 2016; e R$ 500 milhões da segunda mineradora, responsabilizada pelo desastre de Brumadinho, em 2019.

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Segundo o governador Romeu Zema (Novo), o montante também será utilizado na construção, em reformas e ampliações de Unidades de Básicas de Saúde (UBSs) mineiras e na construção de blocos cirúrgicos. Parte da quantia também será direcionada ao auxílio-merenda destinado a alunos da rede estadual de ensino, benefício anunciado no último dia 7 pelo Estado.

Investimento em hospitais

Zema celebrou a conclusão do hospital de campanha montado no Expominas, em Belo Horizonte. Conforme o governador, serão criados 800 leitos, para oferecer um “respiro” ao sistema mineiro de saúde. Destes, cem serão destinados a casos de alta complexidade. Esse aumento no número de unidades será importante caso ocorra a saturação dos leitos já disponíveis, o que ainda está distante de ocorrer, conforme Zema. “A utilização das UTI’s continua em 4%. Se nós tivermos mineiros precisando de atendimento, teremos leitos disponíveis”, assegurou.

O hospital de campanha também será destino de parte do investimento do Governo anunciado nesta quarta-feira. Um total de R$ 50 milhões serão empregados nos custos operacionais da unidade, que, operando em capacidade máxima, terá um custo de até R$ 20 milhões mensais, segundo os cálculos da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).

Outro anúncio do governo envolve a destinação de verbas para a construção de um hospital regional em Governador Valadares e para a conclusão de hospitais regionais já em construção em quatro cidades do interior de Minas: Conselheiro Lafaiete, Divinópolis, Sete Lagoas e Teófilo Otoni. “O acordo com a Vale envolve, ainda, muitas outras medidas, mas estamos concluindo esse acordo e anunciaremos outras obras que serão executadas no futuro. É necessário ter cuidado, não vamos arriscar com a sorte”, pontuou Romeu Zema.

“Saiam apenas se for de extrema necessidade”

Ainda durante a coletiva, o secretário adjunto de saúde, Marcelo Cabral, foi questionado sobre o programa Minas Consciente, que define o protocolo de reativação econômica do estado. Cabral voltou a destacar a importância do isolamento domiciliar quando for possível, além de alertar para o cuidado necessário para a reabertura segura do comércio. “As pessoas do Governo do estado estão preparando a estrutura de saúde para que possamos enfrentar (a pandemia) sem maiores sobressaltos. Não é uma autorização para que isso seja feito de modo descontrolado ou que percamos o controle. A gente continua orientando para que as pessoas saiam às ruas apenas se for de extrema necessidade”, disse.

Pagamentos de servidores

O secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Otto Levy, também falou sobre o pagamento do funcionalismo público. De acordo com ele, ainda não há previsão para que seja efetuado o pagamento dos servidores do estado no mês de maio. Ele lembrou que o Governo de Minas não tem crédito para efetuar empréstimo, devido ao endividamento público do estado. A única alternativa, então, seria a efetivação de projeto que repõe perdas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) a estados e municípios. “Em termos de ajuda externa, nossa maior esperança está na aprovação, por parte do Congresso, da recomposição das perdas de ICMS. Por isso, apelo aos nossos deputados federais e senadores sobre a importância da aprovação do projeto baseado única e exclusivamente naquilo que foi perdido”, afirmou Levy.

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Tópicos: coronavírus

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