Coletivo recebe doações para distribuir a famílias carentes de JF

Mulheres em situação de rua e moradores do Bairro Parque das Águas já foram contemplados, mas arrecadação continua


Por Vívia Lima

22/04/2020 às 18h13

A expectativa do coletivo é de contemplar 180 famílias (Foto: Divulgação)

Uma ação do coletivo feminista 8M, em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora (Sintufejuf), com a Escola Estadual Olavo Costa e com o Instituto de Educação e Cidadania, já contemplou, desde a última semana, cem famílias do Bairro Parque das Águas, na Zona Norte de Juiz de Fora, com alimentos e produtos de higiene e limpeza. Além das cestas com os mantimentos, as famílias, em situação de vulnerabilidade social, receberam máscaras de proteção e álcool gel, para se protegerem do novo coronavírus. Conforme o coletivo, ainda há pessoas que não receberam o auxílio. Por isso, o grupo continua recebendo doações.

Para a distribuição, o coletivo 8M utilizou o cadastro do Instituto de Educação e Cidadania, inicialmente com 115 mulheres em situação de rua, assim como dados da comunidade do Bairro Parque das Águas, contendo as famílias inscritas no Programa Bolsa Família ligadas à Escola Estadual Olavo Costa, incluindo aquelas com estudantes carentes, que, em muitos casos, dependem da merenda escolar para fazer sua única refeição do dia.

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As precauções para proteger os voluntários também foram adotadas, segundo Cristina Castro, integrante do coletivo 8M e do Conselho Nacional de Direitos Humanos. “Nós defendemos o isolamento e organizamos tudo de forma remota e virtual. Na sexta-feira (17) foi feita a entrega das cestas básicas direcionadas às famílias previamente definidas pela direção da escola, uma vez que possuem os dados daqueles que vivem de maneira mais precária. A escolha do bairro se deu em virtude de um trabalho social, ligado à violência doméstica, que já vem sendo desenvolvido pelo nosso coletivo”.

A expectativa é de contemplar 180 famílias. Para isso, ainda são necessárias doações. “Estamos nesse empenho para conseguir mais recursos e abranger todas as pessoas que necessitam de nossa ajuda naquela comunidade, inclusive a população em situação de rua”, disse Cristina.

Contribuições

Para completar a fase inicial da campanha e abranger o público-alvo, o coletivo está recebendo contribuições em qualquer valor. Elas podem ser feitas meio de uma conta bancária da Caixa Econômica Federal, cuja agência é 2251, conta poupança 3473-0, em nome de Núbia da Silva Oliveira, integrante do coletivo. A entidade fará prestações de contas quinzenais, e todo o protocolo de cuidados será observado pelas mulheres que participam das ações diretas.

As doações podem acontecer ainda presencialmente, na Escola Estadual Olavo Costa, na Rua Maria Geralda de Freitas, s/n. Entretanto, o horário da doação deve ser combinado previamente, tendo em vista o fechamento das escolas em meio à pandemia. O contato para contribuições pode ser feito ainda pelo telefone (32) 99112-6962.

Ajuda para receber benefício do governo

Integrante do Conselho Nacional de Direitos Humanos, Cristina Castro informou que o coletivo também busca oferecer auxílio às pessoas que têm direito ao auxílio emergencial de R$ 600 do Governo federal. Segundo ela, muitas mulheres assistidas pelo coletivo não possuem telefone, item essencial para fazer o cadastro, fato que motivou uma reunião a nível nacional, nesta semana, para pensar em alternativas para que essas famílias não fiquem de fora. Ainda conforme Cristina, há pessoas que não têm conhecimento de como realizar o cadastro. “Essas já estão sendo auxiliadas pelo próprio coletivo. Essa quantia é fundamental para as famílias neste momento crítico de pandemia”, finalizou.

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Tópicos: coronavírus

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