Tu-Tu: torcedores deixam a rivalidade de lado e torcem em prol do futebol em JF
A Tribuna acompanhou na manhã desta terça-feira (22) a movimentação de torcedores no Calçadão da Rua Halfeld durante a compra de ingressos para o clássico TuxTu desta quarta. Ao chegar, precisamos esperar cerca de 15 minutos, já que os bilhetes da mesa haviam acabado. Ao retornar, já havia uma fila de torcedores ansiosos para garantir a entrada do grande jogo. O torcedor do Tupi, Geraldo Werneck, 51 anos, era o primeiro da fila. Quando perguntado qual time era o seu, o alvinegro deixou claro que, primeiro, sua torcida é por Juiz de Fora. “Primeiro eu torço pelo futebol da cidade. Acho que por ser uma decisão local nós precisamos prestigiar. A questão do clube pra mim fica em segundo plano. Eu vou lá com a camisa do Tupi por uma questão histórica, já treinei no Carijó nos anos 1980.” Mesmo com o placar tímido da primeira rodada, a expectativa de Geraldo é boa quanto ao campeonato. “Na primeira rodada parece que com um pouco de sorte o Tupynambás teve um desempenho bacana. Já o Tupi precisa se empenhar agora e tomar os pontos que perdeu em casa. Mas acho que o time tem grandes chances de chegar e conquistar a vitória.”
Já David Júnior não esperou eu pegar a caneta para anotar e já disse enfaticamente e confiante seu palpite: 3×0 Baeta. Sua ligação com o Tupynambás tem um forte vínculo familiar, seu pai, David Chaves, jogou pelo Leão, ganhando o apelido de Tremendão, conhecido por ser um dos maiores centroavantes da história do time (ver matéria na página ao lado). A família, é claro, é toda vermelha e três gerações (pai-filho-neto) irão prestigiar o grande clássico desta quarta-feira (23).
Já Clever Fontineli jogou nos dois times em sua adolescência. Cearense, veio para Juiz de Fora aos seis anos. Sua carreira começou nas categorias de base do Tupynambás. Depois, conta que foi para o Tupi e por fim, participou do Veteranos do Sport. Apesar de ter passado pelos dois times, Clever declara que sempre foi carijó. “Eu fui criado dentro do Tupi na época do Tufi, que tem o nome da sede e foi presidente do time. Eu frequentava lá com o filho dele e virei carijó doente.” O alvinegro sempre acompanha os jogos e se diz confiante para o clássico. “Acho que o time teve um azar nesse primeiro jogo, tava dominando a partida, até que houve a substituição. Acho que o técnico foi infeliz nessa decisão, se tivesse mantido o time o resultado seria outro.” Para Clever, a responsabilidade de ir bem é dos dois times, mas como o Tupi está na primeira divisão há mais tempo, a responsabilidade é maior. “Na verdade quem ganha com isso tudo é Juiz de Fora, um ou outro tem que ganhar, tem que dar Juiz de Fora na final.”
Torcedora estreante
Para Tarcília Nascimento, 32, o clássico vai coincidir com sua a primeira vez no Estádio Municipal. “Pra mim, vai ser um jogo especial porque vai ser a primeira vez que eu vou no Helenão (Estádio Radialista Mário Helênio). Além disso é um clássico juiz-forano, um jogo histórico. Na verdade eu torço pelo Tupi mas vou ficar feliz com qualquer resultado, porque eu acho que vai ser um jogo muito especial. Meu marido me fala desde o ano passado desse jogo e que ia ser a melhor oportunidade para eu conhecer o estádio num jogo histórico.”
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Até namoro pode ser motivo de torcida. Eduardo Ferreira, 22, teve sua inspiração através da namorada. “Na verdade eu sou torcedor do Flamengo, mas a minha namorada é carijó doente, daí eu sempre a acompanho nos jogos. Como nós somos daqui, todo campeonato estamos juntos com o Tupi.” E o jogo será uma reunião de família, já que junto dos dois, o pai, irmão e cunhada estarão juntos na torcida pelo alvinegro.” A gente espera que o Tupi ganhe, estamos na torcida e vai dar 2×1. Mas a gente também torce pelo futebol de Juiz de Fora, espero que o Baeta cresça e continue na primeira divisão.”
“Siga o líder”
Já Walmir Pifano, 77, vai reviver o clássico Tu-Tu. Baeta até na alma, a expectativa é de vitória. “Inicialmente todo mundo falava que o Baeta não ia ter chances, agora, já é o líder, então siga o líder”, brinca. Seu histórico com o time tem relação com o presidente da época, José Paiz Soares, que era seu vizinho. “Meu pai tinha uma farmácia na Barão de Cataguases, e a gente tinha uma ligação muito forte com a família Soares. Meu irmão jogou no Tupynambás, o nome dele é Pifano. O time era Carabinha, Pifano e Canhoto, Bento Zé Firino e Acácio.” Amanhã vai ser um dia de relembrar tudo isso. Walmir vai com um grupo de cinco amigos para reviver o clássico.
Tópicos: campeonato mineiro / tupi / tupynambás