Bolsonaro diz que participará de debates se for liberado

Bolsonaro afirmou ainda que está “em franca recuperação” física, o que vai permitir que faça campanha pelo Brasil.


Por Agência Estado

08/10/2018 às 21h50

O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, disse à Rádio Bandeirantes que pretende participar de debates de televisão no segundo turno, se for liberado pela equipe média do Hospital Albert Einstein, e pretende “dar uns tiros pelo Brasil, no bom sentido”, demonstrando intenção em viajar em campanha. Ele disse ainda que o candidato a vice-presidente na chapa, general Hamilton Mourão (PRTB), assim como o assessor econômico Paulo Guedes, não deve aparecer no segundo turno porque “não tem traquejo com a imprensa”.

Na entrevista, Bolsonaro disse representar o novo, enquanto o seu adversário, Fernando Haddad (PT), em sua opinião, seria o velho, “a continuidade da corrupção, o desprezo pela família, o desprezo pela Educação”. Segundo ele, “a garotada desaprendeu mais ainda” no período em que Haddad foi ministro da Educação, nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. “Sabemos que o Haddad tem falado com o Lula na cadeia. Hoje está visitando o Lula novamente. Ele (vai) assinar o indulto do Lula e também vai colocar um fim à (Operação) Lava Jato”, afirmou Bolsonaro à radio. O candidato petista, no entanto, já negou essa informação.

PUBLICIDADE

LEIA MAIS

Ao comentar o grande número de votos recebidos pelo PT na Região Nordeste do País, Bolsonaro acusou, sem oferecer provas, o partido adversário de utilizar o programa social Bolsa Família para cooptar “eleitores de carteirinha”. “A maneira de arranjar recursos é combatendo a fraude, combatendo a corrupção, até mesmo dentro do Bolsa Família. Acreditamos que 30% aproximadamente são benefícios dados sem qualquer critério. É gente que não precisa receber isso aí. Tenho dito, disse no Nordeste: vamos continuar trabalhando para lá. Combatendo a fraude, tem até como pagar um pouco melhor para essas pessoas”, disse o candidato do PSL.

Bolsonaro afirmou ainda que está “em franca recuperação” física, o que vai permitir que faça campanha pelo Brasil. “O problema que eu teria é, no meio do povo, receber uma cotovelada, um abraço muito forte… Foram duas cirurgias de vulto, em que tudo foi colocado para fora do abdome foi para dentro novamente. Mas estou me sentindo bem. Acredito que esteja com 60% da parte física em dia. A parte mental está boa. Então, tá tranquilo”, argumentou, complementando, em seguida, que a decisão será da junta médica do Hospital Albert Einstein, na próxima quarta-feira, 10. Desde que foi esfaqueado no município de Juiz de Fora (MG), em campanha, Bolsonaro passou a se comunicar com os eleitores via redes sociais.

O candidato do PSL ainda agradeceu o apoio das lideranças evangélicas e lamentou a derrota do candidato a governador do Espírito Santo Magno Malta (PR-ES), a única derrota de “peso” entre os aliados, em sua opinião. Mais uma vez, ele defendeu o corte no número de deputados federais, mas negou que tenha intenção de fechar o Congresso. “Vamos ter uma bancada orgânica bastante grande, além dos simpatizantes. O que pregamos por anos pelo Brasil e depois em Brasília foi bem aceito pela sociedade. A sociedade quer mudança”, destacou.

Entre possíveis ministros, citou apenas o nome do tenente-coronel e astronauta Marcos Pontes, que chegou a se candidatar à chapa de Bolsonaro, como vice-presidente. A vaga, por fim, ficou com o general Hamilton Mourão que, assim como o assessor econômico Paulo Guedes, não deve aparecer no segundo turno, porque “não tem traquejo com a imprensa”, segundo Bolsonaro. Ontem, Mourão, mais uma vez, teve que voltar atrás e se explicar pela afirmação de que o neto é bonito por ser fruto de um “branqueamento da raça”. Depois dos efeitos negativos na imprensa e redes sociais, Mourão disse que fez apenas uma “brincadeira”.

O conteúdo continua após o anúncio

Tópicos: eleições 2018

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.