Complementares perfeitos: escolaridade, universidades e bem-estar

Por Fernando Perobelli, Leandro Venâncio, Gabriel H. Barbosa, Joyce Guimarães, Izak Carlos e João Gabriel Pio

10/07/2018 às 07h00 - Atualizada 09/07/2018 às 20h23

De acordo com uma pesquisa divulgada em 2017 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os brasileiros consideraram escolaridade como fator mais importante para o bem-estar socioeconômico do país. Uma possível interpretação é de que o nível educacional está ligado com a inserção no mercado de trabalho e consequentemente, melhora na qualidade de vida. Dada a importância da educação de qualidade, é válido então conhecer o desempenho das universidades brasileiras, já que estas são importantes fontes para a produção de conhecimento e desenvolvimento social e econômico.

O Ranking Universitário Folha (RUF) de 2017 avaliou 195 universidades brasileiras (públicas e privadas) a partir de indicadores de pesquisa, internacionalização, inovação, ensino e mercado de trabalho. As cinco melhores foram UFRJ, Unicamp, USP, UFMG e UFRGS. Além disso, também foi elaborado um ranking dos principais cursos do Brasil em termos de ingressantes, que por sua vez considera a qualidade do ensino e a avaliação do mercado de trabalho.

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O índice conta com 23 instituições de Minas Gerais, sendo 13 públicas e dez particulares. A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) aparece como a 23ª melhor do país e a 3ª do estado, com destaque para o seu nível de internacionalização, o sétimo melhor do país. Esse componente utiliza como parâmetro os números de citações internacionais por docente e publicações em coautoria internacional, o que contribui positivamente com a qualidade do conhecimento gerado internamente.

Ainda que o sistema público brasileiro vivencie uma crise fiscal, o RUF indica que, em média, 84,18% dos cursos situados entre os dez melhores do país são de universidades públicas. O ranking também revela que Minas Gerais têm ao menos uma universidade entre as dez melhores em todos os cursos avaliados, com destaque para os que são associados às ciências naturais e da terra, em que o percentual é bem maior. Entre os 50 melhores cursos do país, a participação das instituições mineiras é de 14%. Sobre a UFJF, especificamente, na média, todos estão avaliados entre os 35 melhores do Brasil.

O fato de o brasileiro atribuir à educação o papel de protagonista na determinação do bem-estar socioeconômico possivelmente está relacionado com o desejo de mobilidade social de grande parte da população. Pensando nisso, o desempenho das universidades públicas de Minas Gerais, etapa importante desse processo, pode ser visto como positivo? O que podemos dizer é que de fato há muita qualidade e potencial. No entanto, em tempos de problemas fiscais cada vez mais batendo à porta por todo o país, não há espaço para comodismo.

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