CBF envia reclamação à Fifa pela não utilização do VAR
O mexicano Cesar Ramos, árbitro da partida, e o italiano Paolo Valeri, assistente de vídeo, são questionados pela Confederação
A CBF enviou nesta segunda-feira um documento formal à Fifa em que reclama da arbitragem do mexicano Cesar Ramos na estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia — o empate por 1 a 1 contra a Suíça, no último domingo, em Rostov —, além do trabalho do italiano Paolo Valeri, o árbitro assistente de vídeo da partida. A revolta envolve a não marcação de falta do meio-campista Zuber no zagueiro Miranda, no lance do gol da equipe adversária.
“Respeitosamente, a CBF solicita receber as gravações de vídeo e áudio do VAR para verificar o que realmente aconteceu”, pediu a entidade à Fifa na carta assinada por Rogério Caboclo, chefe da delegação da seleção e CEO da CBF.
Na carta, enviada à Comissão de Arbitragem da Fifa, a CBF declara que considera estranho que Cesar Ramos não tenha nem solicitado a utilização do árbitro de vídeo no lance. Para a entidade, o protocolo para o uso do VAR não foi cumprido pelo juiz, seus assistentes e pelos árbitros de vídeo, sendo que o recurso já foi usado em diversas oportunidades em outras partidas do início desta edição da Copa do Mundo.
Os brasileiros também reclamaram de um pênalti em Gabriel Jesus, que teria sido puxado por um zagueiro dentro da área, no segundo tempo. Mas o próprio técnico Tite entendeu ter sido este um lance interpretativo, assim como outros membros da sua comissão e até mesmo companheiros do atacante do Manchester City, que assegura ter sido derrubado no lance, quando o placar estava empatado em 1 a 1.
Para os membros da CBF e da seleção, se os lances eram duvidosos, deveria ter ocorrido a consulta ao VAR, mesmo que o árbitro optasse por não marcar a falta em Miranda, principal alvo da reclamação da entidade, assim como o pênalti em Gabriel Jesus. Além disso, há dúvidas sobre como e se Cesar Ramos recebeu informações de que as duas jogadas reclamadas pela equipe nacional foram legais.
Em seu comunicado, a CBF faz alguns questionamentos. A entidade pergunta se Paolo Valeri sugeriu ao árbitro principal se ele deveria revisar algum lance durante o jogo entre Brasil e Suíça, se Cesar Ramos pediu orientação dos responsáveis pelo VAR sobre alguma jogada e se houve qualquer tipo de comunicação entre eles
A decisão da CBF foi tomada após uma série de reuniões envolvendo membros da comissão técnica de Tite e da diretoria da confederação. A decisão, inclusive, vai em direção um pouco diferente da adotada pelo treinador na entrevista coletiva após o duelo contra a Suíça no último domingo. O técnico reclamou do trabalho do árbitro mexicano, mas também declarou que a discussão não deveria ser expandida, até para não ser vista como uma tentativa de minimizar o resultado negativo da estreia brasileira na Copa do Mundo.
Mais cedo, a Fifa avaliou como boa a atuação de Cesar Ramos, o que teria irritado ainda mais a cúpula da CBF. Essa defesa do trabalho do árbitro mexicano, inclusive, teria pesado na decisão da confederação de enviar o documento reclamando do trabalho do juiz no confronto que marcou a estreia do Brasil neste Mundial.