Coleta seletiva


Por Tribuna

30/08/2016 às 07h00- Atualizada 30/08/2016 às 08h30

Implantada há mais de 20 anos, a coleta seletiva em Juiz de Fora praticamente inexiste. Em todo o ano passado, das 629 toneladas de lixo recolhidas na cidade, apenas 1,5 tonelada foi reciclada, o equivalente a 0,23% do volume gerado na cidade, bem abaixo da média nacional de 4,08%. Tal situação acontece ainda que metade das ruas da cidade integre as rotas dos caminhões do serviço de coleta seletiva de lixo.

De um lado, em Juiz de Fora, as duas associações de catadores apoiadas por Prefeitura, Ascajuf e Apares passam por dificuldades estruturais em seus locais de trabalho, como defeitos nas prensas de reciclagem de materiais, máquina fundamental na cadeia da reciclagem, o que levou, infelizmente, à queda da renda per capita do catador de mais de um salário mínimo para meio salário, fazendo com que vários trabalhadores do setor desistam da atividade, fazendo bicos para sobreviver.

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Na outra ponta, empresas da cidade dizem haver espaço para reciclar mais, como a AG Plast, que emprega 300 funcionários, tendo capacidade instalada de reciclar 800 toneladas de garrafas PET por mês, mas que não consegue produzir por falta de matéria-prima.

Tais temas foram tratados pelo prof. José Homero Pinheiro Soares do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFJF na Tribuna, que destaca a falta de políticas públicas, a má gestão dos serviços e o desestímulo da população como fatores a serem superados. O professor José Homero destaca, em sua entrevista, a importância da redução do lixo gerado por cada um de nós, além da necessidade de se implementarem mudanças na cadeia produtiva dos materiais recicláveis, que pode atingir de 20% a 25% do total de lixo coletado na cidade.

Parabéns ao prof. José Homero e à Tribuna por abordarem de forma competente um dos problemas que impedem Juiz de Fora de ter desenvolvimento sustentável, se comparada a outras cidades brasileiras.

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