Ação louvável

Ouvir o que os candidatos têm a dizer é uma função importante das entidades, pois só assim será possível cobrar projetos de interesse coletivo


Por Tribuna

22/06/2018 às 07h00

Merece aplausos a decisão do Fórum Empresarial de Juiz de Fora de ouvir as propostas dos candidatos ao Governo de Minas. O primeiro deles, há cerca de 15 dias, foi o ex-governador Antonio Anastasia. Nessa quinta-feira (21), o entrevistado foi o empresário Romeu Zema, pré-candidato do Partido Novo.

Os próximos convidados ainda não estão definidos, mas a meta é que todos eles tenham a oportunidade de dizer o que pretendem fazer se estiverem à frente da administração do estado, a partir de 2019. Vale o mesmo para o governador Fernando Pimentel numa eventual reeleição.

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A campanha eleitoral ainda não começou oficialmente, mas é fundamental que os políticos antecipem suas metas, especialmente para um segmento formador de opinião. Em eventos abertos, como os comícios, o discurso costuma ser superficial, próprio dos palanques. Cara a cara com os interlocutores, o político tem que ser mais específico, sobretudo quando indagado sobre como implementar as suas metas. Nas ruas o que mais ocorre é o discurso fácil de desconstrução do oponente. Em situações como o Fórum Empresarial, terão que ser mais claros.

Zema, em entrevista à Rádio CBN Juiz de Fora, na parte da manhã, antecipou suas prioridades e destacou o enxugamento da máquina pública, mas não se aprofundou quanto à relação com os políticos, especialmente os deputados que formariam a Assembleia Legislativa. Disse ser um homem do diálogo, mas suas ideias, em boa parte, apontam para uma mudança profunda na práxis parlamentar.

E este é um problema. O mundo político tem uma lógica própria, voltada em boa parte para o assistencialismo em vez de discutir estruturas. Mudar esse modo de agir e pensar seria um desafio para o candidato.

Mas é fundamental – e ele está correto – mudar o modus político sem demonizar a política. Ela é um instrumento de transformação. A deturpação está no jeito de agir da categoria. Os desafios são muitos, tanto na instância federal quanto nos estados. Daí a importância de os pré-candidatos estarem aptos para a empreitada, que não será nada fácil.

 

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