Bateu-levou

Estilo de agredir o adversário atrai atenções, mas não prevalece na hora da opção do eleitor


Por Tribuna

09/06/2018 às 07h00

A campanha eleitoral ainda nem começou, e os pré-candidatos já mostram suas garras com discursos duros, e até ofensivos, indicando que, em vez de programas, vão optar pela desconstrução do oponente à base do jogo bruto.

Nesse salve-se quem puder, nem mesmo o viés ideológico está sendo levado em conta, pois não se trata mais de um enfrentamento entre direita e esquerda. Políticos identificados com o centro também estão no mesmo tom. O eleitor deve ficar preocupado, porque, em vez de propostas, estão optando pelo perigoso caminho do bateu-levou, que pode até agradar a alguns setores, mas, certamente, não é a melhor estratégia para a opinião pública.

PUBLICIDADE

O estilo big-stick produz resultados no curto prazo; o eleitor gosta da língua afiada dos postulantes, mas começará, em determinada fase da campanha, a fazer perguntas: mas será só isso? Um país com tantos desafios não pode ficar à mercê do discurso raso. Os candidatos serão chamados a dizer o que pensam da política de segurança, da reforma tributária, de mudanças na Previdência e de um projeto de nação capaz de pacificar ânimos e colocar o país nos trilhos. Hoje, por conta do estilo pendular do Governo Temer, os investimentos estão pendentes, à espera do novo gestor. Por isso, não basta partir para a briga.

Campanhas propositivas podem se mostrar tediosas dependendo do estilo do apresentador, mas ainda são a via ideal para convencimento do eleitor. Com as redes sociais, o discurso com conteúdo se propaga com mais consistência, distante do estilo raso da pancadaria. Ademais, depois de tantos enfrentamentos, a cidadania quer saber o que deve esperar do futuro mandatário ou mandatária.

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.