Estado adia plano estratégico para enfrentamento da microcefalia

Documento faz parte de ações previstas por comitê técnico, cujo objetivo é organizar cuidado integral em rede, garantindo atendimento de qualidade a crianças infectadas


Por Carolina Leonel

22/06/2018 às 07h00- Atualizada 22/06/2018 às 07h36

O Comitê de Enfrentamento à Microcefalia da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) adiou a conclusão do Plano Estratégico Estadual, prevista para a última terça-feira (19). O documento prevê ações de fortalecimento da política de atenção, e também contém levantamento epidemiológico e planos para o cuidado integral de crianças infectadas pelo vírus da Zika ou sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes vírus (Z-STORCH).

Conforme a assessoria da SES, o adiamento se deve a dificuldades de conciliação de agendas, já que, para a qualificação do plano, foi realizada articulação com diferentes setores da pasta, que classificou o problema como um ponto dificultador. “Além disso, devido à greve dos caminhoneiros, o Estado de Minas Gerais decretou ponto facultativo entre os dias 25 de maio a 1 de junho, o que resultou em cancelamento de reuniões agendadas para discussão dessa pauta”, afirmou a assessoria, em nota enviada à Tribuna. Ainda não há previsão de uma nova data para a finalização da estratégia.

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O Comitê Técnico Estadual de Fortalecimento das Ações de Vigilância e Cuidado das Crianças Diagnosticadas ou com Suspeita de Síndrome Congênita Associada à Infecção pelo Vírus Zika e outras etiologias infecciosas foi criado com base na Portaria 3.502, que institui a estratégia de fortalecimento das ações de cuidado de crianças nascidas com má formação congênita. Conforme o texto da norma, a ação vai apoiar os Estados, os Municípios e o Distrito Federal para organização do cuidado integral em rede, garantindo a todas as crianças acompanhamento individual, garantindo as necessidades de cada uma.

A primeira reunião do comitê ocorreu em 18 de maio, quando foi estimada a previsão de conclusão do plano. A expectativa é que, por meio do documento, sejam identificados os serviços de saúde e unidades hospitalares que compõem a rede de atenção à saúde das crianças infectadas. A proposta também visa definir as unidades de referência para atendimento dos casos das doenças no estado e vai reunir dados e informações relativas ao protocolo de avaliação das crianças infectadas no Sistema Único de Saúde (SUS). O Estado já recebeu R$ 630 mil do Ministério da Saúde para iniciar os trabalhos, conforme informações da SES.

Dados

Entre 22 de novembro de 2015 até 29 de dezembro de 2017, foram notificados 693 casos suspeitos de síndrome congênita associada ao vírus Zika ou aos vírus Z-STORCH em Minas. Destes, 96 foram confirmados, 293 foram descartados, um apresentou resultado inconclusivo, 272 permanecem em investigação e outros 31 são casos prováveis. O Estado apresenta ainda dez óbitos em decorrência das síndromes. As notificações incluíram fetos, óbitos fetais, natimortos, abortamentos, recém-nascidos e crianças.
Em 2018, até 21 de maio, foram registrados 225 casos prováveis de Zika Vírus, sendo 55 em gestantes, em 24 municípios. Outros seis casos em gestantes já foram confirmados.

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