Mares Guia defende vocação regional para fomentar economia

Cotado para disputar o governo de Minas, professor e sociólogo visita Juiz de Fora neste sábado


Por Renato Salles

22/03/2018 às 17h35- Atualizada 22/03/2018 às 18h20

Viajando pelo estado em sua pré-campanha ao Governo de Minas Gerais, o professor e sociólogo João Batista Mares Guia (Rede) tem defendido as vocações específicas de cada região mineira como solução para enfrentamento da crise financeira e fiscal pela qual atravessa o Estado. Em entrevista ao programa Pequeno Expediente, veiculado nesta quinta-feira (22) na Rádio CBN Juiz de Fora, o pré-candidato defendeu ações pontuais para fomentar a economia da Zona da Mata, como a adoção de novas regras para o incentivo à atividade leiteira na região de Leopoldina, um novo modelo de tributação do café e ações para o incremento da piscicultura e do polo moveleiro de Ubá. “Minas tem fúria arrecadadora, tem a alíquota lá em cima e está perdendo ao invés de ganhar. Falta um plano de desenvolvimento integrado construído por estado, municípios e região, envolvendo as universidades federais de Juiz de Fora, São João del Rei e Viçosa”, defendeu Mares Guia, que visita Juiz de Fora neste sábado (24).

Mares Guia fala para estudantes na Câmara Municipal de Luminárias (Foto: Divulgação)

Mesmo ainda vivenciando sua pré-campanha, Mares Guia já traça panos para seu primeiro ano de mandato caso saia vitorioso nas eleições de outubro. Entre elas, o pré-candidato sinaliza a implementação de uma profunda reforma administrativa. “Eleito governador, de imediato, vou cortar 25% dos cargos em comissão, e os demais serão entregues a servidores de carreira, seguindo a meritocracia. Fiz isto quando passei pela Secretaria de Estado de Educação. Vou fechar cinco secretarias criadas para hospedar políticos derrotados dos partidos que estão no poder – PT e MDB -, cujos orçamentos variam entre R$ 25 milhões e R$ 50 milhões. Portanto, nasceram inúteis. Os temas são importantes, mas podem ser abarcados por outras pastas. Entre outras propostas, o sociólogo sinalizou a intenção de adotar uma gestão descentralizada, dividindo o território em 18 áreas, com base nas bacias hidrográficas. “Vou eliminar a festa das isenções fiscais. Em Minas, o deputado pega um empresário amigo e consegue uma isenção fiscal. Minas é a terra das isenções. É a terra dos privilégios”, disparou.

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Durante a entrevista, Mares Guia não poupou críticas aos demais pré-candidatos colocados na disputa, citando nominalmente o governador Fernando Pimentel (PT), que tenta a reeleição, o senador Antonio Anastasia (PSDB), o ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, e o deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM). “A candidatura Rodrigo Pacheco ficou inviável com a candidatura de Anastasia. Os dois são mais do mesmo e ocupam o mesmo campo. Já a candidatura de Márcio Lacerda, que poderia seguir um caminho independente, seguiu um percurso equivocado ao procurar as mesmas elites que agora se agregam à candidatura de Anastasia. Assim, teremos a candidatura de Pimentel, que representa a crise, e a candidatura tucana formando um ‘centrão’ em Minas Gerais, sem nitidez programática, política e ideológica, em função de um projeto de poder. Neste cenário, minha candidatura tem uma posição de centro esquerda nítida. Defendo economia de mercado com forte reformismo. A crise fiscal começou nos governos tucanos, em especial no governo de Anastasia, e prosseguiu sem revisão no governo Pimentel. Para enfrentá-la, defendo a reforma tributária e da Previdência. Mas não a do (presidente Michel) Temer (MDB) e, sim, uma amplamente construída de forma consensual com a sociedade.”

Com um histórico de militância política que remete ao movimento estudantil da década de 1960 e já tendo sido deputado estadual nos anos 1980 e secretário de Estado de Educação no fim dos anos 1990, Mares Guia ainda rechaçou insinuações de que a empreitada da Rede ao Governo do Estado, do ponto de vista eleitoral, teria vieses mais ideológicos do que competitivos. Refutou ainda que a pré-candidatura tem como objetivo o simples fato de possibilitar um palanque para o projeto nacional da ex-senadora Marina Silva (Rede), pré-candidata à Presidência. “Se fosse uma candidatura somente para viabilizar a Rede e difundir as boas ideias do partido, eu não seria o melhor nome, embora isto fosse muito nobre. Não temos o direito de falar ao cidadão sem ter a perspectiva de vitória. Ninguém é dono do voto. Os mineiros já sabem o que eles não querem. Não querem o atraso, as oligarquias, o velho clientelismo. Todos os demais candidatos estão amarrados a estes tipo de compromissos”, considerou.

 

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