Atos transcorrem de forma pacífica em Juiz de Fora


Por Eduardo Valente, Marcos Araújo, Renato Sales e Eduardo Maia

18/04/2016 às 00h46- Atualizada 18/04/2016 às 00h47

[Relaciondas_post]Os manifestantes pró-impeachment se reuniram por mais de dez horas durante o domingo em Juiz de Fora. A concentração teve início ainda às 14h, na Praça Jarbas de Lery Santos, Bairro São Mateus, Zona Sul, e terminou pouco depois da meia-noite, na Rua Dom Viçoso, Bairro Alto dos Passos, na mesma região. Na praça, dezenas de pessoas se concentraram para acompanhar a votação da Câmara dos Deputados. Eles assistiram à sessão por meio de um caminhão equipado com som e telão de LED. Já aqueles contrários ao impedimento da Presidente da República se reuniram na Praça da Estação, região central. O ato foi organizado pela Frente Brasil Popular, com a participação de partidos de esquerda, Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Nacional dos Estudantes (UNE) e diversos movimentos sociais. No local, a organização montou uma estrutura com caminhão de som e um telão de LED para transmitir a votação. Em ambos os casos, os atos foram pacíficos.

Quando o 342º voto a favor foi anunciado, 23h06, o grupo pró-impeachment iniciou a saída da praça do São Mateus em direção ao Alto dos Passos acompanhando um trio elétrico, contratado pelo Movimento Muda Brasil. Os manifestantes a pé foram acompanhados de outros, em carros e motos, além de homens da Polícia Militar. Eles seguiram pela Rua Doutor Romualdo até a Avenida Rio Branco, de onde seguiram até a Rua Morais e Castro até chegarem à Rua Dom Viçoso.

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No local, o trio permaneceu até meia-noite. Estava programado o show de uma banda de rock que, no entanto, não chegou a acontecer, em razão do horário inadequado. O som mecânico do trio, aliás, chegou a ser interrompido próximo aos hospitais de Pronto Socorro (HPS) e Santa Casa de Misericórdia. Mesmo assim, o público presente cantava, à capela, o Hino Nacional. A PM e a organização do movimento não divulgaram projeção de público, mas a percepção é que não havia mais que 200 pessoas durante o deslocamento do carro de som.

Eduardo Valente

 

Praça da Estação
Na Praça da Estação, os participantes estavam trajando, na maioria, vermelho ou verde e amarelo. Muitos estavam munidos de faixas, de bandeiras e de instrumentos de batucada. Nas frases em cada camisa ou faixa, o tema predominante era “Não vai ter golpe”, tanto antes como durante o processo de votação. A organização também não soube estimar quantas pessoas estavam no local, mas considerou o número de presentes expressivo até aquele momento e não descartou possibilidade de que a manifestação fosse deslocada para o Parque Halfeld, ao final da votação, fato que não chegou a acontecer. A mobilização deliberou por não caminhar quando o movimento a favor do impedimento atingiu o número mínimo de votos necessários. Neste momento, o vereador Roberto Cupolillo (Betão, PT), disse ao microfone. “Eles deram uma passo importante para o golpe, mas não vão passar por cima da classe trabalhadora.”

Durante a tarde, o ex-deputado estadual Biel Rocha (PT) e atual secretário adjunto de Estado de Direitos Humanos acompanhou a transmissão na praça e disse: “É um momento triste para o Brasil. O que está em jogo são as conquistas que o povo brasileiro ganhou nos últimos anos. Isso irritou as classes mais abastadas. O Brasil vive um momento de tensão, mas acredito até a última hora que este processo não vai passar.”
Representante da Frente Brasil Popular, Aline Junqueira ressaltou que no Brasil não há uma posição inteira majoritária em prol do impeachment. “Vemos claramente vários grupos se manifestando, que entendem que o processo em andamento é um golpe, pois a presidente Dilma não cometeu nenhum crime de responsabilidade fiscal.

Os grupos que estão nas ruas entendem que possa haver discordância em relação ao governo Dilma, mas o que está em processo é um golpe contra democracia.”
A tranquilidade do ato só foi colocado em xeque quando manifestantes contrários ao impeachment da presidente Dilma hostilizaram um cinegrafista da TV Integração (afiliada da TV Globo). Ele não chegou a ser agredido, mas foi impedido de filmar. Lideranças do movimento e policiais militares precisaram intervir e levaram o profissional para um imóvel até a situação ser contornada.

Fernando Priamo

 

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Expectativa era de aprovação
A expectativa dos organizadores do ato pró-impeachment era de aprovação da matéria desde o início da mobilização. Representante do Movimento Brasil Livre em Juiz de Fora, Antônio Carlos de Araújo disse, no início do ato, que a “única certeza” era a de aprovação do impeachment. Cristina Reinsperger, do Vem pra Rua, disse que estava “tranquila”, tendo em vista os placares de votação divulgados pela imprensa. O presidente do Movimento Muda Brasil, Nelson Firmino, também acreditava na aprovação e propôs a passeata rumo ao Alto dos Passos.

 

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